sexta-feira, 21 de julho de 2023

CEA. SECRETÁRIO EXECUTIVO DIZ QUE ÁFRICA ESTÁ AINDA LONGE DA AGENDA 2030

O Secretário Executivo Interino da Comissão Económica das Naçoes Unidas para África (CEA) reconheceu que África está longe de cumprir as promessas da Agenda 2023.

António Pedro que falava no fórum político de alto nível sobre desenvolvimento sustentável de 2023, cujo sob o lema é: “Ganhar impulso para a Cúpula dos ODS de 2023: Transformação para acelerar a implementação dos ODS”, diz no entanto, que resgatar os ODS para a África é possível, mas teem que tomar medidas decisivas para capitalizar as oportunidades para alcançar nossos objetivos coletivos.

Para a África, aponta cinco impulsionadores que devem ser aproveitados:

“Primeiro, acelerar a implementação do acordo da Área de Livre Comércio Continental Africana, que servirá como um catalisador para aumentar as capacidades produtivas, alcançar a industrialização sustentável e a diversificação económica, um fator chave para quebrar a dependência excessiva da África da exportação de matérias-primas e reduzir suas vulnerabilidades a choques externos”, aponta para de seguida afirmar que “ é necessário acelerar a transformação dos sistemas agrícolas e alimentares com o Programa Comum de Agroparques Africanos (CAAPs) sendo um ponto de entrada fundamental”.

Para o chefe da CEA, o terceiro impulsionador seria o fortalecimento da segurança mineral da África para atender às necessidades básicas das pessoas e acelerar a transformação estrutural das economias locais, indo além do extrativismo de recursos para agregação de valor, sendo a Zona Econômica Especial transfronteiriça RDC-Zâmbia para Baterias e Veículos Elétricos um exemplo.

“ Quarto, tornar o capital natural do continente um motor de crescimento e desenvolvimento sustentável, desenvolvendo um robusto Mercado de Créditos de Carbono para potencialmente gerar 82 bilhões de dólares americado por ano se conseguirmos vender uma tonelada de CO2 a US$ 120. Quinto, promover a ação climática e transições de energia sustentável, aproveitando o enorme potencial de energia solar, hidrogênio, geotérmica, hidrelétrica e eólica da África para promover a economia verde e azul”, destacou.

Para António Pedro, o desenvolvimento do capital humano, a transformação digital e a ciência, tecnologia e inovação, são as bases para o desenvolvimento sustentável da África, além das métricas do Produto Interno Bruto.

Para alcançar uma mudança transformacional, acrescenta, “devemos mudar nosso foco de pilotos e projetos para programas integrados com maior escala, ambição e profundidade”.

Reconheceu que devem atender ao apelo do Secretário-Geral por uma reforma ambiciosa da arquitetura financeira global para torná-la adequada ao propósito e por um estímulo aos ODS de 500 bilhões de dólares, por maior liquidez para acelerar o progresso em direção aos ODS.

Embora os MDBs já estejam contribuindo significativamente para reduzir os riscos dos investimentos no continente, “ainda é necessário melhorar as estruturas multilaterais de reestruturação da dívida e desbloquear o financiamento climático. No centro da agenda de reforma interna, está a necessidade de mobilização de recursos por meio da expansão da rede tributária, aprofundamento dos mercados de capitais e contenção dos fluxos financeiros ilícitos”, enfatizou .

Na sua opiniao, a criação de condições favoráveis ​​para o investimento doméstico, bem como para os investimentos diretos estrangeiros, também será fundamental para engajar o setor privado e potencializar o surgimento de pequenas e médias empresas competitivas. “A implementação eficaz de políticas inteligentes de conteúdo local, pode proporcionar isso”.

Por fim, reafirma compromisso da CEA em apoiar os seus Estados membros e trabalhar de forma colaborativa em todo o sistema e com todas as partes interessadas para fortalecer a agência de África e concretizar a África que se almeja.

Por. Nautaran Marcos Có-CEA/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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