O Fundo Monetário Internacional admitiu hoje um "quadro otimista" para assinar um programa financeiro com a Guiné-Bissau em janeiro de 2023, referiu, em comunicado, o Ministério das Finanças guineense.
O comunicado foi emitido no final de um encontro entre o chefe da missão do FMI, José Gijon, que iniciou hoje a avaliação económica ao país com vista à assinatura de um programa financeiro, e depois de uma conferência de imprensa do ministro das Finanças, Ilídio Té.
"Se essas negociações forem satisfatórias, o Conselho da Administração do FMI reúne-se em janeiro de 2023 para incluir a Guiné-Bissau na Facilidade de Crédito Alargado", afirma o comunicado.
O FMI manifestou também a sua disponibilidade para continuar a apoiar o país a "resolver os problemas económicos e financeiros".
Na reunião com o FMI, o ministro das Finanças traçou um "quadro favorável na perspetiva de conter despesas públicas", sublinhando que foram tomadas medidas, incluindo a redução de assessores e conselheiros nos órgãos de soberania.
Em relação à Empresa de Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau, Ilídio Té, reconheceu que "continua a ser um risco fiscal", mas que o Governo "não vai injetar fundos" na empresa e que continua a acompanhar a sua gestão.
O ministro abordou também as medidas corretivas feitas nos setores da saúde e educação, onde "foram assinaladas" entradas "irregulares" e que "conduziram ao aumento exponencial da massa salarial".
No encontro, foram também abordados a situação da banca comercial e a gestão do fundo covid-19.
Uma missão do FMI iniciou hoje contactos com as autoridades da Guiné-Bissau para analisar a situação económica e as condições para negociar um programa financeiro.
A primeira parte da missão do FMI, liderada por José Gijon, vai realizar-se de forma virtual e a segunda parte vai decorrer em Bissau entre 14 de novembro e 22 de novembro.
O FMI anunciou em junho que iria retomar brevemente a assistência financeira à Guiné-Bissau no âmbito da Facilidade de Crédito Alargado e destacou no âmbito das consultas do artigo IV que a gestão orçamental sustentável é uma "prioridade" e que a consolidação orçamental deve continuar em 2022 para "conter o elevado risco" de aumento da dívida pública.
No último relatório sobre as Previsões Económicas Mundiais, divulgado em outubro, o FMI prevê para 2022 na Guiné-Bissau um crescimento económico de 3,8% e de 4,5% em 2023.
Conosaba/Lusa
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