O governo e a Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau (CGSI-GB) homenagearam esta quarta-feira, 03 de agosto de 2022, os trabalhadores do porto de Pindjiguiti, que em 1959 reivindicavam aumento salarial e melhoria de condições de trabalho.
Para assinalar a data o governo juntou-se à Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau, tendo depositado coroas de flores no monumento aos mártires de Pindjiguiti e lançaram outras ao mar.
Em representação do governo, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Urbanismo, Fidelis Forbs, anunciou que o executivo está engajado na resolução dos problemas da plataforma marítima portuária, de forma a estar em condições de competir com os portos dos países da sub-região
“Iniciando com a dragagem, balizagem, sinalização e a criação de condições para a continuidade do alargamento do nosso porto para que possa ter mais capacidade de estocar mais contentores”, afirmou, para de seguida pedir uma reflexão profunda sobre a situação sócio laboral dos funcionários em geral.
O Diretor-Geral da Administração dos Portos da Guiné-Bissau (APGB), Félix Nandunguê, anunciou o início de atividades da empresa multinacional francesa de transporte marítimo, MSC, que vai substituir a Maersk Line.
Por seu lado, o Secretário-geral da Confederação Geral dos Sindicatos Independentes da Guiné-Bissau (CGSI), Malam Ly Baldé, considerou o massacre de há 63 anos como “um dos crimes mais abomináveis onde “os trabalhadores assalariados dos portos da Guiné foram assassinados, quando reivindicavam os seus direitos laborais”.
Para o sindicalista, o dia deve servir de reflexão sobre os problemas que afetam a vida dos trabalhadores guineenses.
Malam Ly exortou à união no seio dos sindicalistas para que as lutas pela dignificação dos trabalhadores sejam respeitadas pelo governo.
De lembrar que a 3 de agosto de 1959, os trabalhadores do porto de Pindjiguiti, em Bissau, organizaram uma greve, reivindicando um aumento de salários. Marinheiros, estivadores e trabalhadores das docas, particularmente aqueles que trabalhavam para a Casa Gouveia, um monopólio comercial intermediário do grupo CUF (Companhia União Fabril), foram violentamente reprimidos por funcionários coloniais, polícia e militares e alguns civis, repressão esta que viria a resultar em cinquenta mortos e cerca de uma centena de feridos.
Por: Epifânia Mendonça
Foto: Marcelo na Ritche
Conosaba/odemocratagb
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