segunda-feira, 6 de setembro de 2021

ANALISTA ALERTA QUE INSTABILIDADE POLÍTICA EM GUINÉ-CONACRI PODERÁ SER SENTIDA NA GUINÉ-BISSAU

O politólogo guineense e comentador da Rádio Sol Mansi (RSM), Rui Jorge Semedo, alerta que a situação política em Conacri poderá provocar instabilidade na linha de fronteira com a Guiné-Bissau.

Instado pela RSM para falar da situação política em Guiné-Conacri, na sequência do golpe de estado que tirou do poder e provocou a prisão do então presidente Alfa Conde, Rui Jorge adverte ainda que estas situações podem levar a resistência das tropas fiéis a Alpha Conde.

“Se a situação descambar esta situação poderá provocar ameaças que poderão criar algumas instabilidades não só na linha fronteira mas para que as pessoas que poderão refugiar no nosso país”, alerta o analista que lembra que esta ameaça poderá ser não só ao nível pandémico mas também económica o país precisa de estratégias para receber possíveis refugiados.

Rui Jorge disse ainda que em Conacri vive-se momentos confusos que não permitem que as pessoas distantes percebam se realmente tropas fiéis ao presidente Conde ainda têm condições de resistir e de impedir que o poder passe a ser controlado pelas forças militares revoltosos.

Relativamente a posição da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e a União Africana (UA) face às situações de instabilidades na região, Rui Jorge Semedo afirma que não têm tido uma posição de desencorajar situações que alimentam os golpes de Estados e afirma que o recente golpe é consequência do terceiro mandato forçado do deposto presidente, Alfa Conde.

“Infelizmente estas duas organizações africanas não têm tido uma postura sobretudo para desencorajar alguns comportamentos que alimentam a situação do género. É verdade que temos que condenar golpes e isso não pode ser prática em nenhuma circunstância, mas também as pessoas no poder têm que direccionar as atitudes e comportamentos dentro dos princípios legais”

Rui Jorge disse ainda que o terceiro mandato do presidente Conde trouxe situações “muito perigosas”, porque demonstra as fragilidades das instituições africanas, e particularmente da Guiné-Conacri e não e correcto um presidente no fim do mandato alterar a constituição para continuar no poder.

“O que acontece neste momento em Conacri é um contragolpe dos militares que não estão de acordo com as atitudes do presidente, Alfa Conde”

Últimas informações dão conta que os líderes do golpe de Estado militar em Guiné-Conacri convocaram, hoje, ministros e presidentes das instituições dissolvidas para uma reunião e avisaram que qualquer falta será considerada como um ato de rebelião contra a junta militar no poder.

A reunião, segundo a imprensa internacional, foi marcada no parlamento em Conacri e espera-se que no seu final os líderes do golpe, que capturaram o Presidente Alpha Conde e dissolveram as instituições de Estado do país no passado domingo, revelem como pretendem dar continuidade a um golpe que já foi condenado pela comunidade internacional.



Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Amade Djuf Djaló/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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