Os antigos combatentes da Guiné-Bissau aceitaram hoje receber a pensão de reforma, após o Governo ter decidido suspender a cobrança de vários impostos, disse à Lusa fonte da Secretaria de Estado dos Combatentes da Liberdade da Pátria.
Na quarta-feira, os veteranos da luta pela independência decidiram não receber a pensão em protesto contra os descontos realizados pelo Governo, nomeadamente imposto profissional, selo e taxa de eletricidade.
Idrissa Iafa, assessor de imprensa da Secretaria de Estado dos Combatentes da Liberdade da Pátria disse que a situação foi resolvida pelo titular da pasta, Augusto Nhaga, numa conversa hoje com o ministro das Finanças, João Fadiá.
"Através de um diálogo sério entre os dois responsáveis do Governo, concluiu-se que o melhor é não fazer os descontos e pagar na totalidade a pensão aos combatentes da liberdade da pátria", afirmou o assessor.
Os dois responsáveis do Governo vão levar a preocupação ao Conselho de Ministros para ser adotada uma posição sobre o pagamento, ou não, dos impostos por parte dos veteranos de guerra, adiantou Idrissa Iafa.
Na terça-feira, as delegacias da Secretaria de Estado dos Combatentes da Liberdade da Pátria em Bissau e nas cidades do interior conheceram momentos de alguma tensão quando os veteranos de guerra da independência aí compareceram para levantar a pensão de reforma relativa a março.
Ao serem confrontados com o desconto de 500 francos CFA no dinheiro que iam receber, os veteranos recusaram-se a levantar a pensão, alegando que não podem ser obrigados a pagar imposto profissional, selo e taxa de eletricidade.
Domingos Tambá, presidente da Associação dos Filhos de Combatentes de Liberdade da Pátria, considerou "insulto e brincadeira de mau gosto" descontar impostos às pessoas cuja pensão não ultrapassa 40 mil francos CFA (cerca de 61 euros), disse.
Idrissa Iafa precisou à Lusa que dos cerca de 2.700 veteranos de guerra, 80% recebe presencialmente o dinheiro em mão e 20% via sistema bancário.
Conosaba/Lusa
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