Cidade da Praia, 06 Nov (Inforpress) – O embaixador da Guiné-Bissau em Cabo Verde disse hoje que em nenhum momento os cidadãos guineenses radicados no arquipélago foram preteridos em detrimento dos nacionais cabo-verdianos, no que toca a questões relacionadas com a covid-19.
Em declarações aos jornalistas após ser recebido pelo Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, Mbála Alfredo Fernandes destacou aquilo que, tanto o Governo, como as autarquias locais têm feito, frisando que em nenhum momento separaram os guineenses dos nacionais.
“Portanto, isso toca-nos muito, de que maneira, e aproveitamos para dizer que estamos satisfeitos em saber que, para além das dificuldades que é comum aos nacionais, em nenhum momento fomos preteridos em detrimento dos nacionais”, reforçou.
Entretanto, o diplomata ressaltou que é preocupação, nos tempos de covid-19, o problema do desemprego, que, do seu ponto de vista, “é natural, não só aos guineenses, mas também aos nacionais”, assim como também a situação de vulnerabilidade e integração dos guineenses em Cabo Verde.
“Temos problemas de integração, de documentação e neste momento de covid-19 ainda é mais gritante”, frisou o diplomata, acrescentando que não há muitos guineenses infectados em Cabo Verde com o novo coronavírus.
“Há dois meses tivemos uma reunião na embaixada em que se falava de uma dezena de pessoas infectadas, mas que já se recuperaram”, avançou Mbála Alfredo Fernandes, garantindo que a representação diplomática da Guiné-Bissau tem estado a trabalhar “muito arduamente” em cooperação com associações e autarquias locais no sentido de, não só divulgar as medidas, mas também ajudar aqueles que precisam.
As ajudas, afirmou, traduzem-se através de cestas básicas nas suas comunidades, mas também no apoio àqueles que, de uma forma directa ou indirectamente, em colaboração com a Organização Internacional de Migrações (OIM), queiram regressar ao país.
“Nesse caso até agora só tivemos dois casos de duas senhoras que pretendem regressar ao país, tendo em conta a situação precária ainda agudizada com a questão do coronavírus”, informou Mbála Alfredo Fernandes, acrescentando que se está a trabalhar juntamente com a OIM e também com o Governo da Guiné-Bissau, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, no sentido de promover o retorno voluntário dessas duas pessoas.
No âmbito do seu encontro com Jorge Carlos Fonseca, foi-lhe perguntado se chegaram a falar do recente caso em que o ministro da Economia da Guiné-Bissau, Vitor Mandinga, pediu demissão do cargo por considerar que foi esvaziado das suas competências orgânicas com a nomeação do vice-primeiro-ministro, Soares Sambú, Mbála Alfredo Fernandes respondeu que a questão política da Guiné-Bissau não foi objecto da conversa.
“A política deixamos aos políticos e a diplomacia deixamos aos diplomatas”, finalizou.
GSF/ZS
Inforpress/Fim
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