quinta-feira, 12 de novembro de 2020

Associação da Indústria Madeireira da Guiné-Bissau denuncia abate de árvores nas florestas do país



O presidente da Associação da Indústria Madeireira da Guiné-Bissau, José António Sá, denunciou hoje o abate de árvores nas florestas do país por pessoas "estranhas ao serviço".

"Estivemos com o Presidente para expor a situação dos madeireiros e que as florestas estão a ser invadidas por pessoas estranhas a esse serviço", afirmou José António Sá aos jornalistas, no final de um encontro com o chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló.

Questionado pelos jornalistas se denunciaram que nas florestas está a ser cortada madeira por pessoas que não têm licença, José António Sá precisou que foi exatamente o que tinham vindo denunciar.

"A brigada de proteção do ambiente está justamente no local denunciado por nós", disse.

Na Guiné-Bissau, apenas 12 serrações têm licença para cortar árvores, mas estão paradas desde a moratória de 2015, que proibiu o abate de árvores.

"Há serrações montadas em Bissau depois da moratória de 2015. É preciso desmantelar as serrações ilegais", disse.

O atual Governo da Guiné-Bissau decidiu levantar a moratória por um novo período especial de abate para cinco anos, mas com regras claras e rígidas, que passam, nomeadamente, que a serração que realize o abate apresente um plano de repovoamento e reflorestação, a imposição de quotas e a proibição de exportação de toros de madeira.

A Polícia Judiciária tem estado a realizar uma investigação ao corte ilegal de árvores, tendo recentemente apreendido uma série de toros e selado uma serração em Bissau.

Segundo a imprensa guineense, algumas personalidades políticas estarão envolvidas no abate ilegal de árvores.

A Polícia Judiciária ainda não deu informações sobre a operação em curso, nem se foram, até ao momento, constituídos suspeitos.

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, constitui recentemente uma comissão, chefiada pelo ministro do Ambiente, para drenar madeira cortada, antes da moratória de 2015, e que estaria ainda em depósitos nas florestas.

Conosaba/Lusa

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