sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Candidato derrotado: “FORÇA DA ORDEM IMPEROU SOBRE A VERDADE DESPORTIVA NA ELEIÇÃO DA FFGB”

O candidato derrotado na eleição da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB), Fernando Tavares “Bené”, reconheceu os resultados das eleições do órgão, embora admita que o processo não foi “justo nem transparente”, por a “força da ordem ter imperado sobre a verdade desportiva”.

“Não houve um processo justo e transparente, porque há situações que comprometem a verdade desportiva. Nós testemunhamos situações que não dignificam a verdade desportiva neste país”, afirmou 

Fernando Tavares “Bené”, em conferência de imprensa esta quinta-feira, 01 de outubro de 2020, no seu escritório em Bissau, para fazer o balanço do desfecho das eleições da FFGB realizadas na quarta-feira.

Segundo explicação de Tavares, o impedimento a alguns dirigentes de clubes e associações, com direito de voto, mostra claramente que não houve “justiça eleitoral, nem transparência, mas houve muita coação”.

Além das críticas sobre a justiça eleitoral, o antigo presidente do FC Cuntum, denunciou que houve, durante as eleições, o desrespeito às orientações do Alto Comissariado para a Covid-19, por considerar que as instalações onde decorreram as eleições (Sede da FFGB) não ofereciam condições para realização do pleito.

No encontro com à imprensa desportiva guineense, Bené parabenizou o candidato eleito, Carlos Mendes Teixeira “Caíto”, sublinhando que houve envolvimento da classe política, nomeadamente do atual regime, no congresso.

“É do conhecimento de todos nós, dos contatos feitos com os dirigentes desportivos, da coação e da intimidação a que muitos presidentes de clubes e associações desportivas sofreram, nos seus locais de trabalho para votarem no candidato que saiu vencedor nas eleições, Caíto Teixeira”, vincou Bené.

Questionado pelo Jornal O Democrata sobre o suposto envolvimento de políticos no processo eleitoral, Fernando Tavares não indicou nomes de figuras envolvidas, tendo apenas considerado “lamentável” o envolvimento da classe política em questões desportivas, o que não contribui para a verdade desportiva no país.

Tavares, que dirige a Liga dos Clubes de Futebol, transmitiu aos jornalistas que vai continuar a sua atividade profissional e, que nos próximos dias, vai reunir-se com os seus colegas para definir o seu futuro na da liga.

Por: Alison Cabral

Foto: AC

Conosaba/odemocratagb.

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