quarta-feira, 1 de julho de 2020

RECONHCIMENTO E GRATIDÃO À MULHER GUINEENSE


     
Por: yanick aerton

O Presidente da República, General Umaro Sissoco El Mokhtar Embalo, tem agora uma oportunidade ímpar de aconselhar o Primeiro-ministro Nuno Gomes Nabian, a corrigir um escandaloso e vergonho erro de proporção histórica cometido aquando da formação do governo em funções.
Não é admissível que um país como a Guiné-Bissau, que escreveu uma das mais brilhantes páginas da história emancipalista da África, tenha no seu governo menos de 1/3 de mulheres, com tantas qualidades de que o país dispõe.
A exoneração e eventual recondução dos membros de governo que participaram na sessão plenária do parlamento ontem, dia 29 de Junho de 2020, implica necessariamente uma remodelação governamental pontual, por uma questão de coerência e de estratégia, mesmo que seja a mudança de cadeiras, em alguns casos.
Por isso, não é imitar, porque o General Presidente tem a sua própria marca, mas seria bom que a sua visão de implementação da política de género se aproximasse da do Presidente Paul Kagame, Presidente do Ruanda, seu irmão e amigo, cujo país nesse domínio se encontra entre os primeiros ao nível mundial.
O exercício feito para que os ministros retomassem as suas funções no parlamento para viabilizar o programa é de louvar, porque revela a capacidade de uma liderança inteligente, porquanto o objectivo pretendido foi alcançado e vai contribuir para a paz definitiva e a estabilidade da Guiné-Bissau.
Não constitui dúvida para nenhum Guineense que o PRS é um partido tradicionalmente anti promoção da Mulher e tem provado isso em todos os governos em que tem participado. E parece que a APU está a seguir o mesmo caminho, daí a razão por que o mal deve ser cortado pela raiz desde já, reconhecendo o valor outrora dada à Mulher pelo Fundador da nossa nacionalidade, Camarada Amílcar Lopes Cabral.
Isso não é crítica, mas sim uma constatação. Apesar de estarmos na mesma “mouvance présidenrielle”, não podia deixar de me referir a esse aspecto em relação aos nossos dois parceiros/aliados, ainda que não eu seja o advogado das nossas irmãs, esposas e mães desses partidos, mas a obrigação moral me impõe estar ao lado delas.
O PAIGC pode ser criticado de tudo, mas em relação a esta matéria, tem sempre dado provas da sua maturidade e do reconhecimento do papel da Mulher na sociedade Guineense. O exemplo mais recente é o governo que o Presidente desse partido liderou logo após as eleições legislativas de 2014, que introduziu uma quase paridade perfeita e que foi demitido a 12 de Agosto de 2015 pelo Presidente José Mário Vaz (jomav).
Consequentemente, apela-se aqui ao General Presidente para que não aceite nenhuma proposta que não traga a paridade desejada e reclamada pela sociedade, considerando sobretudo que as mulheres são muito mais sérias do que os homens, e são incorruptiveis.
É verdade que “quem não arrisca não petisca”, mas essa máxima não deve ser aplicada no caso em apreço, porque o país precisa ser governado pelos seus recursos humanos tecnicamente mais qualificados, com destaque às nossas heroínas vivas.
Os militantes dos partidos são necessários e até indispensáveis para a assunção de certos cargos, mas no contexto em presença não devemos obrigatoriamente limitarmo-nos a nomear apenas elementos das nossas hostes mesmo que não estejam devidamente preparados, como vem acontecendo e tem acontecido no passado, porque isso é prestar um mau serviço a Nação.
Quer-se que o ENG, Nuno Gomes Nabian vá buscar GRANDES MULHERES (E esta li mangadel) em todos os quadrantes (partidos e na sociedade civil e, se necessário, na diáspora), para integrarem a sua equipa. Não quer isso dizer que se vai tornar o governo mais elástico porque não se justifica nem demograficamente e nem financeiramente, mas sim fazer a adiada justiça à Mulher Guineense.
Sem estar contra quem quer que seja, mas a frente dos seguintes departamentos ministeriais e empresas públicas eu, na qualidade de Chefe do Governo, proporia ao General Presidente a nomeação a frente das instituições abaixo indicadas, apenas mulheres:
Ministérios
Finanças (secretárias de estado, DGCI, DGA, Controlo Financeiro, Orçamento, Tesoureira Geral)
Obras Públicas
Recursos Naturais e Energia (Ministro e DG EAGB)
Transportes e Comunicações
Justiça
Educação
Saúde
MNECIC

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