Por: yanick aerton
O Presidente da República,
General Umaro Sissoco El Mokhtar Embalo, tem agora uma oportunidade
ímpar de aconselhar o Primeiro-ministro Nuno Gomes Nabian, a corrigir um
escandaloso e vergonho erro de proporção histórica cometido
aquando da formação do governo em funções.
Não é admissível que um
país como a Guiné-Bissau, que escreveu uma das mais brilhantes páginas da história
emancipalista da África, tenha no seu governo menos de 1/3
de mulheres,
com tantas qualidades de que o país dispõe.
A exoneração e eventual
recondução dos membros de governo que participaram na sessão plenária do
parlamento ontem, dia 29 de Junho de 2020, implica
necessariamente uma remodelação governamental pontual, por uma questão de
coerência e de estratégia, mesmo que seja a mudança de cadeiras, em alguns
casos.
Por isso, não é imitar,
porque o General Presidente tem a sua própria marca, mas seria bom que a
sua visão de implementação da política de género se aproximasse da do
Presidente Paul Kagame, Presidente do Ruanda, seu irmão e amigo, cujo país
nesse domínio se encontra entre os primeiros ao nível mundial.
O exercício feito para
que os ministros retomassem as suas funções no parlamento para viabilizar o
programa é de louvar, porque revela a capacidade de uma liderança inteligente,
porquanto o objectivo pretendido foi alcançado e vai contribuir para a paz
definitiva e a estabilidade da Guiné-Bissau.
Não constitui dúvida para
nenhum Guineense que o PRS é um partido tradicionalmente anti
promoção da Mulher e tem provado isso em todos os governos em que tem
participado. E parece que a APU está a seguir o mesmo caminho,
daí a razão por que o mal deve ser cortado pela raiz desde já,
reconhecendo o valor outrora dada à Mulher pelo Fundador da nossa
nacionalidade, Camarada Amílcar Lopes Cabral.
Isso não é crítica, mas
sim uma constatação. Apesar de estarmos na mesma “mouvance présidenrielle”,
não podia deixar de me referir a esse aspecto em relação aos nossos dois
parceiros/aliados, ainda que não eu seja o advogado das nossas irmãs,
esposas
e mães
desses partidos, mas a obrigação moral me impõe estar ao lado delas.
O PAIGC pode ser criticado de tudo, mas em relação a esta
matéria, tem sempre dado provas da sua maturidade e do reconhecimento do
papel da Mulher na sociedade Guineense. O exemplo mais recente é
o
governo que o Presidente desse partido liderou
logo após as eleições legislativas de 2014, que introduziu uma quase paridade
perfeita e que foi demitido a 12 de Agosto de 2015 pelo Presidente José Mário Vaz (jomav).
Consequentemente,
apela-se aqui ao General Presidente para que não aceite nenhuma proposta que não
traga a paridade desejada e reclamada pela sociedade, considerando sobretudo
que as mulheres são muito mais sérias do que os homens, e são
incorruptiveis.
É verdade que “quem não
arrisca não petisca”, mas essa máxima não deve ser aplicada no caso em apreço,
porque o país precisa ser governado pelos seus recursos humanos tecnicamente
mais qualificados, com destaque às nossas heroínas vivas.
Os militantes dos
partidos são necessários e até indispensáveis para a assunção de certos cargos,
mas no contexto em presença não devemos obrigatoriamente
limitarmo-nos a nomear apenas elementos das nossas hostes mesmo que não estejam
devidamente preparados, como vem acontecendo e tem acontecido no passado,
porque isso é prestar um mau serviço a Nação.
Quer-se que o ENG, Nuno
Gomes Nabian vá buscar GRANDES MULHERES (E esta li mangadel)
em todos os quadrantes (partidos e na sociedade civil e, se
necessário, na diáspora), para integrarem a sua equipa. Não quer isso
dizer que se vai tornar o governo mais elástico porque não se
justifica nem demograficamente e nem financeiramente, mas sim fazer a adiada justiça
à Mulher
Guineense.
Sem estar contra quem
quer que seja, mas a frente dos seguintes departamentos ministeriais e
empresas públicas eu, na qualidade de Chefe do Governo, proporia ao General
Presidente a nomeação a frente das instituições abaixo indicadas,
apenas mulheres:
Ministérios
Finanças (secretárias de estado,
DGCI, DGA, Controlo Financeiro, Orçamento, Tesoureira Geral)
Obras Públicas
Recursos Naturais e Energia
(Ministro e DG EAGB)
Transportes e Comunicações
Justiça
Educação
Saúde
MNECIC
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