quarta-feira, 1 de julho de 2020

ENG. NUNO NABIAN, PM DA GUINÉ-BISSAU INSURGE-SE CONTRA ESTADO DO HOSPITAL DE REFERÊNCIA DO PAÍS

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Nuno Nabian, insurgiu-se hoje contra o estado de degradação e falta de limpeza do Hospital Nacional Simão Mendes, em Bissau, e disse que quem roubar vai parar à prisão.

"Como é possível ter lençóis todos sujos na unidade de cuidados intensivos? Vocês olharam para a cama e é nojento", afirmou, aos jornalistas, o chefe de Governo, que se deslocou hoje ao Hospital Nacional Simão Mendes, acompanhado de vários membros do executivo, para entregar três viaturas e visitar as instalações daquela unidade hospital.

"O Governo vai fazer tudo o que pode para trabalhar com transparência a gestão dos bens públicos. Vamos trabalhar num outro contexto e responsabilidade. Quem não tiver tempo, que vá procurar outro negócio", disse.

Nuno Nabian disse também que todos têm de ser responsáveis pela manutenção do hospital.

"Quem roubar coisas dentro do hospital vai para a prisão", disse, pedindo ao secretário de Estado da Ordem Pública para reforçar a segurança no local, principalmente durante o período noturno.

Para Nuno Nabian, todos têm de ser exemplares e trabalhar para manter o que é público.

"Todos têm de colaborar", disse, manifestando descontentamento com a maior parte dos serviços do hospital.

O primeiro-ministro guineense afirmou que é também preciso construir um novo hospital de referência no país, "moderno e com todas as valências", salientando que a prioridade do seu Governo é a saúde e a educação.

O ministro da Saúde, António Deuna, anunciou que as cirurgias vão deixar de ser cobradas no hospital, salientando que as pessoas não podem morrer porque não têm dinheiro.

"Quem precisar de uma operação tem de ser imediatamente operado", disse.

Os serviços de saúde públicos na Guiné-Bissau não são gratuitos e os utentes precisam de pagar todo o material médico e medicamentos utilizados no seu tratamento.

Um relatório divulgado em maio pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) indicava que a Guiné-Bissau tem o segundo sistema de saúde mais frágil do mundo, a seguir à Somália.

Conosaba/Lusa

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