domingo, 29 de março de 2020

Prevenção Covid-19 em Cambadju: GUARDA NACIONAL SEM MÁSCARAS DE PROTEÇÃO CONTROLAM A TEMPERATURA DE PESSOAS QUE ATRAVESSAM A FRONTEIRA

Os elementos da Guarda Nacional colocados no posto da fronteira terrestre entre a Guiné-Bissau (aldeia de Cambadju) e o Senegal (Salequenhe) trabalham sem máscaras de proteção, usando termómetros recebidos há três dias para medir a temperatura das pessoas que entram para o território nacional. O posto do controlo de fronteira de Cambadju no setor de Contubuel, região de Bafatá no leste do país, é uma das maiores entradas de cidadãos comuns, comerciantes e mercadorias provenientes do Senegal em camiões.
A falta de equipamentos de  proteção e prevenção de contaminação do novo Coronavírus – Covid-19 foi revelada aos jornalistas pelo chefe do posto da fronteira, Bacar Na Man, durante a visita do ministro da Administração Territorial e Poder Local, Fernando Dias, para entregar caixas de máscaras de proteção e de lixívia aos elementos da defesa e segurança colocados na linha da fronteira e aos centros de saúde. 
O ministro fez-se acompanhar na sua visita de trabalho pelo ministro de Agricultura e Desenvolvimento Rural, Abel da Silva, pela Secretária de Estado da Gestão Hospitalar, Cornélia Lopes Man, pela Secretária de Estado da Integração Regional, Mónica Buaro da Costa e elementos do seu gabinete. A visita iniciou na cidade de Bafatá, onde a delegação passou pelo matadouro e pelo mercado central, encerrado para pulverização, no âmbito das medidas de quarentena anunciadas pelas autoridades sanitárias guineenses.
“Estamos (Forças de segurança) aqui em nome do país para fiscalizar a nossa fronteira. Mesmo com esta doença invisível, ficamos aqui a fazer o nosso trabalho. Vamos obedecer às ordens dadas pelas autoridades e mesmo sem condições necessárias”, revelou o chefe do posto na sua declaração aos jornalistas. 
Explicou que a maior dificuldade que enfrentam tem a ver com a falta de meios de transporte, em particular motorizadas, para vigiar os caminhos clandestinos usados para a travessia das populações entre os dois países.
“Não temos condições de trabalho e isso é do conhecimento dos nossos superiores hierárquicos. Aqui usamos apenas água e lixívia para as pessoas lavarem as mãos, porque não temos pistolas de laser para a medição da temperatura. O termómetro que temos é usado por uma enfermeira para a medição da temperatura”, contou para de seguida assegurar que muitas vezes apanham indivíduos que tentam atravessar a fronteira e obrigam-nas a voltar, mas se são guineenses são obrigados a desinfetar as mãos e submetê-las à medição da temperatura.
O ministro da Administração Territorial e do Poder Local, Fernando Dias da Costa, disse que a visita visa constatar a situação dos postos fronteiriços.
“Ouvimos a declaração do chefe do posto sobre as preocupações concernentes à falta de equipamentos de proteção. Vamos transmiti-las ao primeiro-ministro, sobretudo a questão da falta de condições de trabalho a fim de evitar a contaminação”, assegurou.
Sobre a colocação de uma equipa  de saúde de resposta rápida, referiu que é um assunto de extrema urgência e que a referida brigada deveria ter sido instalada há muito tempo.
“Uma enfermeira apenas não pode trabalhar aqui na linha da fronteira e  no centro de saúde. Primeiramente faz as consultas médicas no centro e depois ocupa-se do posto. Não podemos prever o que pode acontecer naquele intervalo de tempo”, enfatizou o ministro que, realçando, entretanto a postura dos elementos da Guarda Nacional que recorrentemente têm mandado de volta muitas pessoas na ausência da enfermeira, porque tinham que ser submetidas à medição da temperatura antes de atravessarem a linha.
Trazemos máscaras, álcool, gel e lixívia que vamos deixar convosco. São materiais que deverão usar para a prevenção”, frisou.
Por: Assana Sambú 
Foto: A.S
Conosaba/odemocratagb

Sem comentários:

Enviar um comentário