Praia - O ministro da Saúde de Cabo Verde, Arlindo do Rosário, mostrou-se hoje confiante de que a transmissão autóctone do paludismo terminará até 2020, embora reconheça que o país não está livre de uma nova epidemia de agentes como o Zika ou a dengue.
Arlindo do Rosário falava aos jornalistas, no final de uma cerimónia em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) entregou ao Ministério da Saúde e da Segurança Social 216 equipamentos para reforçar a capacidade de resposta à infecção pelo vírus do Zika e outras doenças provocadas por mosquitos.
A entrega dos equipamentos, entre os quais sete veículos, oito motorizadas e 200 bombas de pulverização, decorreu no Centro de Saúde da Achada Grande Trás, o qual foi construído e equipado no quadro da cooperação entre a União Europeia e Cabo Verde.
Aquando da entrega do material, o representante da OMS em Cabo Verde, Mariano Castellon, deu os parabéns a Cabo Verde pelo trabalho desenvolvido na prevenção e combate às doenças transmitidas por aqueles vectores, reafirmando a importância de um contínuo reforço da legislação e de uma coordenação na prevenção e resposta a estas infecções.
Por seu lado, o ministro da Saúde reconheceu que se trata de um trabalho que só poderá ser bem-sucedido se os vários sectores envolvidos trabalharem "em plataforma" e mostrou-se satisfeito com a forma como as populações se têm precavido contra a transmissão.
"Estamos no bom caminho", disse Arlindo do Rosário, recordando que desde Janeiro não existem casos de paludismo em Cabo Verde e mostrando-se, também por isso, confiante de que a meta de erradicar a doença (em casos autóctones) até 2020 será atingida.
O projeto Zika/BAD (Banco Africano do Desenvolvimento), no qual se insere a oferta de equipamentos realizada hoje, tem o valor de um milhão de euros.
Na entrega hoje concretizada está ainda incluído um ventilador neonatal pediátrico.
Segundo o ministro da Saúde, os 14 casos de microcefalia associados ao Zika, registados em Cabo Verde, estão a ser seguidos por profissionais de saúde.
Cabo Verde registou uma epidemia de dengue em 2009-2010, da qual resultaram quatro mortes, e de Zika, em 2015, com cerca de 7.600 casos suspeitos de infecção, entre os quais 165 mulheres grávidas.
Apesar do final destas epidemias, Arlindo do Rosário sublinhou que estes casos "podem surgir de novo", defendendo por isso o empenho de todos na "criação de condições".
"É preciso entender que este é um trabalho que deve ser feito em plataforma", adiantou.
Conosaba/angop
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