Cidade da Praia – Os dirigentes políticos dos países participantes nas lutas de libertação nacional devem empenhar-se para ajudar a transformar, futuramente, o ex-campo de concentração do Tarrafal de Santiago num monumento histórico internacional.
O apelo foi lançado nesta quarta-feira, em Cabo Verde, pelo presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, para quem esta deve ser uma responsabilidade de todos os dirigentes.
“Acho que é uma responsabilidade de todos os dirigentes políticos dos países que participaram nesta luta e tiveram cidadãos presos neste complexo. Já há um compromisso entre os Estados e agora há que materializar”, expressou o líder parlamentar.
Segundo Fernando da Piedade Dias dos Santos, que falava à imprensa no final de uma visita àquele histórico “palco” de acolhimento de presos políticos, o campo de concentração tem um valor histórico muito grande, pois acolheu como prisioneiros muitos dos iniciadores das lutas anti-coloniais.
Disse que a luta dos nacionalistas e o campo de concentração constituem um motivo de inspiração às novas gerações, para continuarem a ser combatentes, visando o bem-estar dos povos.
O ex-campo de Concetração do Tarrafal, também chamado Colónia Penal do Tarrafal, recebeu os primeiros presos antifascistas a 29 de Outubro de 1936.
Qualidade de infraestruturas agrada líder parlamentar
Ao fazer o balanço das visitas que efectuou a três empreendimentos de Cabo Verde, Fernando da Piedade Dias dos Santos disse serem prova de um país em crescimento e que orgulha África.
“Cabo Verde está a crescer e penso que os cabo-verdianos devem sentir-se orgulhosos
e com confiança no futuro. O que estão a fazer aqui é motivo de satisfação e admiração”, disse.
Reiterou a disponibilidade do Parlamento e das autoridades angolanas em reforçar a cooperação e os laços de amizade e irmandade.
A este respeito, Fernando da Piedade Dias dos Santos afirmara terça-feira, durante um jantar de confraternização oferecido pelo seu homólogo cabo-verdiano, que Angola e Cabo Verde têm condições objectivas para construir doravante uma cooperação mais efectiva.
“Esta viagem marca uma nova etapa na nossa cooperação, que é boa. Mas queremos que, a partir de agora, seja melhor. Temos todas as condições para que assim seja”, declarou.
Segundo Fernando da Piedade Dias dos Santos, os dois países têm um passado histórico comum e as mesmas matrizes linguísticas, pelo que devem ter uma relação bilateral efectiva nos Parlamentos. Para si, os dois Parlamentos têm que jogar um papel importante, contribuindo positivamente para a melhoria das relações de amizade e cooperação entre os dois Estados e povos.
A nível da Assembleia Parlamentar da CPLP, referiu, os dois Parlamentos podem contribuir para divulgar a imagem real dos respectivos países, “muitas vezes incompreendidos”.
Disse que apoio de Cabo Verde é importante para Angola, sobretudo na presidência da AP-CPLP.
“Somos parlamentares dos nossos países e do Mundo. Somos membros da UIP e vamos fazer ouvir a nossa voz nos Fóruns internacionais, demonstrando que a CPLP e os PALOP são uma família com uma história e um passado comuns”, concluiu.
Já o presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde, Basílio Ramos, comprometeu-se no mesmo acto a prestar apoio incondicional ao seu homólogo de Angola, para facilitar a missão deste enquanto líder da Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP).
“Formulo votos para que possais dar contribuição do futuro plano para a afirmação da nossa organização. Pode contar com o total apoio do Parlamento Cabo-verdiano nesta missão”, expressou.
Segundo o parlamentar cabo-verdiano, o seu país vai continuar a trabalhar para aprofundar os laços de amizade, mediante aplicação do novo Protocolo de Cooperação assinado pelos dois Parlamentos, nesta terça-feira, na Cidade da Praia.
Felicitou ao seu homólogo pela eleição ao cargo de presidente da AP-CPLP e fez votos que juntos consigam trabalhar para o desenvolvimento da organização.
Ressaltou, por outro lado, a presença do deputado Diogo Ventura, um veterano e ex-preso político em Tarrafal de Santiago, onde permaneceu sete anos. (portalangop.co.ao)
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