quinta-feira, 8 de maio de 2014

AFINAL: LÍDER DA POSIÇÃO DE MOÇAMBICANA AFONSO DLHAKAMA JÁ SE RECENSEOU



Segundo o boletim sobre o processo político em Moçambique, publicado pelo CIP e AWEPA, o presidente da RENAMO recenseou-se na tarde desta quinta-feira (8.05).

O recenseamento de Afonso Dlhakama concretizou-se depois das brigadas de recenseamento eleitoral terem conseguido finalmente entrar na Gorongosa, na província central de Sofala. A informação concernente ao recenseamento do líder da RENAMO foi confirmada ao CIP (Centro de Integridade Pública) e à AWEPA (Parlamentares Europeus para a África) pelo porta-voz de Dlhakama, António Muchanga. Deste modo, estão agora reunidas todas as condições para que Dlhakama possa candidatar-se à presidência da República nas eleições de outubro próximo.

Mas até o processo chegar a este ponto, muitos avanços e recuos aconteceram, agravando a tensão político-militar entre o Governo e a Resistência Nacional de Moçambique, RENAMO, o maior partido da oposição, e protagonista de um conflito sério com o partido no Governo, a Frente de Libertação de Moçambique, FRELIMO.

O processo de recenseamento para as eleições gerais de 15 de outubro deste ano, que termina esta sexta-feira (9.05), já foi prolongado por duas vezes. Ainda na tarde desta quinta-feira, em entrevista à DW África, o porta-voz, António Muchanga, disse que saudava o desenvolvimento, mas,que lamentava “que tenha sido tarde”, porque as condições para o trabalho de recenseamento das brigadas “estavam criadas no terreno desde 15 de abril. A RENAMO tinha declarado unilateralmente a cessação das ações militares naquela zona. Só que a Comissão Nacional de Eleições (CNE), movida pelo espírito de colaborar com o Governo da FRELIMO, não usou a ocasião para manter lá as brigadas, porque estava a seguir a agenda da polícia. A mesma polícia que não permitiu que as brigadas entrassem ontem (7.05). E hoje as brigadas demoraram quatro horas para entrarem no terreno”. Esta foi a reação da RENAMO, transmitida pelo seu porta-voz.

Acusações mútuas

Recorde-se que as brigadas da Comissão Nacional de Eleições aguardavam há vários dias pelo aval do Governo para avançarem em oito áreas do distrito da Gorongosa, as únicas que não tinham sido recenseadas. O avanço dependia das negociações entre a RENAMO e o Governo, que foram marcadas por ruturas de compromissos, que ,por sua vez, afetaram o processo.

Neste contexto as partes responsabilizaram-se mutuamente durante semanas. Paulo Cuinica, da CNE, chegou a apontar o dedo acusador à RENAMO, afirmando que o processo não ficou concluído antes “porque a RENAMO não queria que fosse assim. O que enterrou o processo até hoje era que a RENAMO dizia que as brigadas deviam entrar lá sem o acompanhamento da polícia”.

Dhlakama estará entre os recenseados?

Durante semanas muitos analistas interrogavam-se sobre o que poderia acontecer no caso de Afonso Dlhakama não se recenseasse. Será que poderia concorrer às eleições presidenciais de 15 de outubro?

António Muchanga discordava que o recenseamento visasse especialmente o seu presidente: "É mentira, o presidente não está com 6 mil pessoas. A Comissão Nacional de Eleições na sua estatística prevê que sejam mil pessoas residentes em Vunduzi, que não se recensearam. Porque essas pessoas estão naquelas zonas, não aceitam viver em Gorongosa. Portanto, o presidente Dlhakama não está com essas 6 mil pessoas. Tem um efectivo muito inferior a isso. Há população natural e residente daquela zona que não foi recenseada”.


Fim definitivo do recenseamento

De lembrar que, para além da população, e possíveis integrantes da RENAMO, também a Polícia da República e o exército que estão nas zonas de conflito, na Gorongosa, precisam de ser recenseados até sexta-feira. Paulo Cuinica, porta-voz da CNE, é peremptório: “Definitivamente o recenseamento termina amanhã (9.05)”.

DW.DE

1 comentário:

  1. merece uma liçao como aquela ao ZONAS SAVIMBI em Angola senao vai continuar a matar até quando?

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