Bissau, 03 Jun 22 (ANG) – O Director Executivo da ONG Tiniguena disse esta sexta-feira que o maior legado deixado pela fundadora da organização, Augusta Henrique é o engajamento na educação ambiental para cidadania e na formação de homens e mulheres da nova geração da organização.
Miguel de Barros falava hoje numa conferência alusiva as celebrações do 31º aniversario da Tiniguena, que se assinala no dia 05 de Maio, sob o lema “ Contribuições e Legado de Augusta Henriques, na Conservação e Valorização do patrimônio natural e Cultural na Guiné-Bissau”, em jeito da sua homenagem.
Durante três dias da conferência, serão abordados vários temas relacionados com o percurso de Augusta Henriques, nomeadamente a sua Dimensão Associativa, a ser apresentada pela Isabel Almeida, tendo como orador, Abílio Rachid Said, e a Dimensão Educativa para a cidadania Ativa, por Miguel da Barros.
O Director Executivo da Tiniguena disse que o maior investimento feita pela Augusta Henriques é a aposta na formação de homens e mulheres que acreditam que a Guiné-Bissau é um espaço de promoção e de transformações.
Disse que Augusta faz parte de uma geração que não só acredita na educação para transformação do país, mas também como um fundamento para independência.
“A intervenção da Tiniguena junto das comunidades vem de um processo do primeiro contacto da Augusta com o país como pedagoga, baseada na apreendizagem locais. Como aprender com os povos, através da conservação dos seus portimónios culturais, e as possibilidades de integrar estes patrimónios como elementos de aprendizagem.
A titulo de exemplo, Barros apontou as brigadas de alfabetização de adultos, que proporcionaram uma combinação da escola enquanto motor da transformação social.
“Ou seja quem está no foco da educação é a comunidade e ela é que deve encontrar matrizes como elementos utilitários para aprender sobre a produção económica, cultural e no currículo escolar”, salientou Barros, acrescentando que esta filosofia tem influenciado a politica do Estado em termos de intervenção.
Segundo Miguel de Barros, a educação popular, na perspetiva da Augusta Henriques, era, simultaneamente, o meio de valorização do património assim como o instrumento da construção da capacidade de ação.
Acrescentou que, para Augusta, o processo educativo não só partiu da dinâmica dos que estão dentro das salas de aulas, mas também dos movimentos populares.
A título de exemplo, Miguel de Barros apontou o Fórum das Mulheres de Orock, no Arquipélago de Bijagós, enquanto proposta de ação cívica pública tendo em vista o processo de governação nas áreas protegidas.
Acrescentou que esse fórum constitui um processo de educação alternativo, de empoderamento cívico, a partir de um modelo de desenvolvimento comunitário ,através do qual as pessoas que já estão fora do sistema terão possibilidades de capacitação.
Isabel Almeida enalteceu o papel desempenhado pela Augusta Henriques no reforço das capacidades das mulheres na promoção do desenvolvimento, assim como na promoção da imagem positiva do país ao nível interno e externo.
Lamentou o facto de as suas experiências, em termos de governo inclusivo, não forem aproveitadas pelos governos no seu todo.
Conosaba/ANG/LPG/ÂC//SG
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