sexta-feira, 24 de junho de 2022

Vassoura de CMB!

Há muito que os critérios objectivos deixarem de ser considerados neste país, para as nomeações aos cargos de responsabilidade no Estado, por isso é que se banalizou tanto o conceito de leadership na Administração Publica.

As desculpas de “perseguição” tornou-se moda nos últimos anos para todos aqueles que, no livre exercício das competências reservadas aos decisores, são demitidos dos cargos que ocupam, para o desempenho dos quais muitas vezes nem reúnem as condições normalmente exigidas.

Na Guiné-Bissau a formação académica e experiencia técnico-profissional deixaram de ser condição sine qua non para as nomeações a cargos de membros do governo, gestores de empresas publicas ou participadas, por isso é que todos se julgam no direito de reclamar de que as suas exonerações são por motivos que muitas vezes consideram de “perseguição”. 

Forte atrevimento! Isso é para vermos até que ponto é que este pais chegou, o que em muitas ocasiões, nos seus discursos públicos, tem levado o jovem General Presidente a afirmar que o país “sta na tchon”, que quase se afundou, em termos de valores no que tange a governação.

Mas como é que um individuo que em termos normais, num país normal, nunca deveria ser nomeado, e a fortiori, quando a formação política de que é membro, não ganhou eleições, pode dar-se ao luxo de falar de perseguição, só porque se constaram anomalias decorrentes da sua gestão e foi em consequência disso afastado do cargo?

Soyons sérieux quand même! Es Guiné caplinu dja!

Sinceramente, estamos a brincar aos cow-boys neste pais que se tornou um terreno fértil ao lumpenismo a que vimos assistindo de alguns anos para ca.

É muita pena o Presidente da Republica não ter usado das competências que a lei lhe confere para nesta nova conjuntura nomear um governo da sua exclusiva escolha, de A a Z, composto por jovens tecnocratas com provas já dadas, mantendo apenas nos seus cargos os ministros cujos nomes dispenso mencionar aqui, por uma questão de ética!

Ultrapassada esta bagunçada, devemos doravante passar a respeitar a lei e por de lado as nossas querelas pessoas que só prejudicam o pais, como tem acontecido desde os acontecimentos de 7 de Junho de 1998 a esta data. 

Quem ganhar, que governe e escolhe os melhores quadros para propor a nomeação. 

Quem perder que faça uma oposição construtiva e se prepare para novos embates. 

Que ninguém Chefe de Estado, este ou os próximos repitam os erros que nos levaram a este status quo, em que na divisão se atribui à parte mais substancial  àqueles partidos que sempre vão a reboque, em detrimento da formação  politica vencedora dos pleitos, em nome da nojenta “geringonça”.

Jovem General Presidente, é verdade que as estratégias foram no sentido de melhor controlar para se impor, facto que já pertence aos arquivos, estando por isso perdoado. Mas por favor, procure que de dê a César o que e do César, e não procure forçar a barra, porque foi escolhido dentre os dois milhões de almas para dirigir esta Nação!

Procure estar acima dos partidos políticos, como é a sua sempre expressa vontade, pelo menos em termos teóricos, e deixe que os partidos façam os seus jogos dentro dos limites da Constituição da Republica e das leis!

Um dos exemplos mais flagrantes das violações da lei é de que, devido a não independência dos tribunais, o STJ deixou passar esta coligação que governou os pais até a dissolução do Parlamento. Todos sabem que as coligações se formam com os partidos políticos e não com os deputados invidamente, mas aqui a força das armas falou mais alto. Que seja a ultima vez porque a democracia e incompatível com o uso da força!

Temos que ter a coragem de fazer autocritica, porque usamos a abusamos muito dos poderes que o Todo-poderoso Deus/Allah nos conferiu. 

Assim, não estamos a contribuir para a consolidação da nossa jovem democracia que, apesar da nossa “coitadessa” mas comparada com as dos demais países da região, excepto Cabo Verde, é um autêntico exemplo a seguir, sobretudo para os países francófonos.

Para concluir vou para esta teoria do Abraham Maslow, “a acção gera reacção”.

Com o STJ que tínhamos, sem procurar ser “Djambakus ou Muru”, O Umaro nunca iria ser confirmado Vencedor das eleições. Por isso, apesar de jovem na idade, mas “kokri” nessas andanças, o então candidato Umaro El Mokhtar Sissoco Embalo resolveu utilizar uma estratégia ganhadora, sem esperar pelo STJ às ordens.

Mas, como disse atras, tudo isso pertence já ao nosso triste passado politico. 

Doravante, olhemos todos para a frente, pondo todas as nossas energias e competências ao serviço do desenvolvimento da pátria de Cabral, para assim realizar o tao adiado sonho do Combatente da Liberdade da Pátria!

PEACE AND LOVE!

POR: Yanick Aerton

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