quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

Sublevação militar/Umaro Sissoco Embaló afirma que o acto foi perpetrado por um grupo de “bandidos” que quiseram assaltar ao poder

Bissau, 02 fev 2022 (ANG) – O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló considerou a tentativa do golpe de Estado de um ato de um grupo de “bandidos” que quiseram assaltar o poder a mando de outros “bandidos”.

Em declarações à imprensa, no final da visita , hoje, ao palácio do Governo, para constatar os danos causados na tentativa de golpe de Estado, terça-feira última, sublinhou que o ato voltou a colocar o nome do país na boca do mundo, pela negativa.

“Acho que esse acto, não dignifica nenhum guineense, ao abrir a televisão vendo péssimas notícias do país. Chegávamos numa fase em que arrancamos rumo a estabilidade, mas nem todos querem ver esse arranque porque entendem que se não fossem eles a mandar não será ninguém", referiu.

O Presidente da República afirmou que ninguém tem o direito de matar alguém por causa do poder, sobretudo tirar a vida de quem nunca matou alguém.

“À quem Deus não deu poder, nunca será Presidente da República porque o poder é dado por Deus. É lamentável pensar que usando outras pessoas inocentes é que poderemos chegar ao poder ”, frisou Embaló.

Disse que é preciso que as pessoas parassem com provocações de autodefesa, porque ninguém ainda foi acusado.

Pediu aos guineenses para acreditarem na Comissão de Inquérito e na Justiça guineense, sublinhando que é preciso tomar em consideração de que morreram 11 filhos do país, jovens e inocentes.

O chefe de Estado salientou que morreram por uma causa – “defender o Presidente da República que o Povo guineense escolheu nas urnas”.

Referiu a morte do falecido Presidente João Bernardo Vieira Nino para dizer que quando as pessoas foram disparar tiros na sua casa, as pessoas diziam que era montagem, até o dia em que o mataram.

Questionado sobre as vozes que dizem que esse atentado é uma invenção, Embaló disse que é normal cada pessoa dar a sua opinião, acrescentando que vendo as declarações desde que ele ganhou as eleições, não são todas pessoas que conformaram com isso.

“Quero vos dizer que, no dia em que saí ou morri é porque Deus me matou. No dia do ataque, não estava escondido, estava sentado onde eu sentava e a porta estava aberta e não saí até quando a força republicana veio me dizer para sair”, explicou, frisando que isso mostra que o poder é divino e que acredita em Deus.

Perguntado se alguns dos homens implicados no ataque já foram detidos, o Presidente da República disse que o caso já está no Ministério Público ,o detentor de ação penal.

“Se era uma comissão militar, as pessoas podiam pensar que o Presidente está por detrás para fazer caça à bruxa, mas não, porque isso não é o meu objetivo. Há um despacho do Primeiro-ministro que criou uma comissão de inquérito que é muito normal, mas o processo de inquérito já está nas mãos do Procurador-Geral da República”, afirmou Sissoco Embaló.

O Chefe do Estado disse que as pessoas que estão a especular não estão tranquilas, e diz que o inquérito do Ministério Público há de chegar, assegurando que, como Presidente da República não vai acusar ninguém e nem fazer caça às bruxas.

Afirmou que o Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas está bem em Barcelona(Espanha) em tratamento de vista

PO chefe de Estado recomenda a população a continuar a fazer os seus trabalhos tal como fazia antes, sem preocupar com nada porque tudo voltou a normalidade.

Sissoco Embaló disse que era um Presidente muito simplista, mas que a partir de agora para frente o seu dispositivo de segurança vai ser outra, porque é uma pessoa de risco.

A reportagem da ANG constatou no Palácio do Governo sinal de alguns tiros nas paredes, sangues no chão, nas calçadas do palácio, corredores e a porta de edifício principal um pouco danificada.

Conosaba/ANG/DMG/ÂC//SG

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