O Presidente do Partido da Unidade Nacional (PUN), Idriça Djaló, propôs a criação de um espaço de debate entre os atores políticos nacionais, com o intuito de delinear as estratégias para a crise que se vive, para que a Guiné-Bissau não vá ao abismo.
Em conferência de imprensa, esta terça-feira, 15 de fevereiro de 2022, na sua sede nacional, Idriça Djaló desafiou os guineenses a rejeitarem as narrativas étnico-religiosas que visam dividir a população, afirmando que os políticos representam uma ameaça real à paz e à estabilidade no país.
Idriça Djaló desafiou ainda a sociedade a rejeitar as ações de violência que se quer implementar, convidando os políticos a trabalharem para desarmar a “engrenagem de auto- destruição” do país.
Em análise à situação política, o Presidente do PUN disse que os círculos eleitorais são “terrenos férteis” para os políticos fomentar a narrativa étnico-religiosa.
Convidou por isso os atores políticos nacionais a sentarem à mesa para discutir essas questões, sugerindo que se adote o apuramento dos resultados eleitorais por círculos nacionais, não por círculos eleitorais como determina a lei eleitoral em vigor.
Referindo-se à tentativa de golpe de Estado, Idriça Djaló exigiu um inquérito independente, transparente e isento, lamentando o silêncio da Assembleia Nacional Popular sobre os acontecimentos de 1 de fevereiro.
“Condenamos a utilização de violência na vida política na Guiné-Bissau. Devemos aproveitar esta tragédia para nos sentarmos à mesma mesa para discutir os problemas da Guiné- Bissau. Na verdade, somos especialistas em criar violência e autodestruição. Mas temos que escolher o diálogo, a capacidade de construir consensos, para a resolução dos nossos problemas”, insistiu.
Idriça Djaló afirmou que não há segurança no país, questionando: “Há condições de segurança que ofereçam garantias aos cidadãos no país? Não! O Palácio do governo foi atacado, a rádio capital foi atacada e destruída, com armas de guerra, a casa do analista Rui Landim foi atacada. Quem tem a segurança na Guiné-Bissau?”
Para o Presidente do PUN, as autoridades nacionais têm que aceitar que há um verdadeiro problema de segurança, afirmando que o país precisa de segurança para que os guineenses se sintam à vontade nas suas casas e em qualquer lugar em que se encontrem.
Por: Tiago Seide
Foto: TS
Conosaba/odemocratagb
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