sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022

Guiné-Bissau: Forças Armadas com ordens para reforçar vigilância e patrulhamento

Foto/arquivo
As Forças Armadas da Guiné-Bissau têm ordens do Conselho Superior de Defesa Nacional, presidido pelo Presidente guineense, para reforçar ações de vigilância e de patrulhamento em todo o território, disseram hoje à Lusa fontes militares.

A ordem foi transmitida numa reunião realizada na quinta-feira, no Estado-Maior General das Forças Armadas, em Bissau, e presidida pelo vice-chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Mamadu "Nkrumah" Turé que, de acordo com o Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, substitui, interinamente, o chefe das Forças Armadas guineenses, general Biagué Na N`tan, em tratamento médico no estrangeiro.

Na reunião estiveram presentes os chefes dos três ramos das Forças Armadas guineenses (Exército, Força Aérea e Marinha), todos os comandantes de unidades, comissários políticos, bem como elementos da justiça militar e das diferentes corporações de polícia.

"A ordem que foi dada é de vigilância total e patrulhamento permanente, dia e noite, em todo o território nacional", indicaram as mesmas fontes.

O general Mamadu Turé, que atualmente dirige um comando conjunto criado entre as Forças Armadas, os serviços de Informação de Estado (a `secreta` guineense) e o Ministério do Interior, que tutela as polícias, aproveitou a reunião para "dar uma informação detalhada, no ponto de vista militar" sobre a situação atual do país.

Homens armados atacaram na terça-feira o Palácio do Governo da Guiné-Bissau, onde decorria um Conselho de Ministros, com a presença do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, e do primeiro-ministro, Nuno Nabiam.

O ataque causou pelo menos oito mortos, segundo o último balanço do Governo, que reviu em baixa o número de vítimas mortais.

O Presidente considerou tratar-se de uma tentativa de golpe de Estado que poderá também estar ligada a "gente relacionada com o tráfico de droga".

O Estado-Maior General das Forças Armadas guineense iniciou entretanto uma operação para recolha de mais indícios sobre o ataque, que foi condenado pela comunidade internacional.

Na sequência dos acontecimentos, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) anunciou o envio de uma força de apoio à estabilização do país.

A Guiné-Bissau é um dos países mais pobres do mundo, com cerca de dois terços dos 1,8 milhões de habitantes a viverem com menos de um dólar por dia, segundo a ONU.

Desde a declaração unilateral da sua independência de Portugal, em 1973, sofreu quatro golpes de Estado e várias outras tentativas que afetaram o desenvolvimento do país.

Conosaba/Lusa

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