O Campeonato Nacional de Futebol da Primeira Divisão da Guiné-Bissau, época desportiva 2021/2022, arrancou no último-fim-semana, apenas com a realização de três das oito partidas agendadas pela Liga Guineense dos Clubes de Futebol (LGCF).
Segundo apurou a secção desportiva de O Democrata, as restantes partidas da competição não foram realizadas na sequência do boicote de alguns clubes que estão a exigir a realização do congresso antes do arranque do campeonato nacional.
Para além da realização do congresso para definir o regulamento para a nona época desportiva da prova, O Democrata apurou que os clubes que boicotaram o início do campeonato nacional terão alegado que desde que a LGCF assumiu a realização da prova não se reuniu com os associados para lhes informar do contrato rubricado com a Federação de Futebol do país (FFGB).
Confrontado hoje com a contestação dos clubes, o presidente do organismo que organiza o campeonato nacional, Dembó Sissé, considerou “legítimas” as reivindicações dos clubes.
“Penso que a contestação dos clubes é legítima, porque em qualquer organização impera as normas estabelecidas, sobretudo dar voz aos associados”, disse.
Sissé frisou que a decisão da direção executiva da LGCF deve ser apreciada pelos associados do organismo, neste caso, os clubes de futebol.
Apesar de reconhecer a legitimidade dos clubes, Sissé revelou que a direção que preside realizou uma reunião no passado dia 20 de dezembro de 2021, na qual marcaram presença 20 dos 38 clubes filiados do órgão.
“O encontro serviu para que os clubes pudessem escolher uma data para a marcação do congresso para planificação da nova época, debruçar sobre o apoio financeiro da FFGB entregue aos clubes e as diligências feitas juntos de alguns parceiros”, acrescentou Sissé.
O presidente da LGCF lembrou aos clubes que boicotaram a realização dos jogos da primeira jornada do campeonato que na época passada a competição foi disputada sem regulamento.
Dembó Sissé esclareceu que os clubes só podem invocar situações das premiações e aumento dos clubes na prova, de 14 para 16 clubes, para a época 2021-2022.
Sissé revelou que uma das exigências que fez à entidade que gere o futebol na Guiné-Bissau foi definir a situação da premiação do campeonato nacional, para evitar os erros do passado.
O Democrata soube que depois de a LGCF receber uma nota de 8 clubes que tinham pedido a suspensão do campeonato nacional, o presidente do órgão tentou encontrar uma solução juntos dos associados, mas sem sucesso.
No último fim de semana a LGCF tinha agendado oito partidas, somente três jogos foram realizadas. Na sexta-feira, o Flamengo de Pefine empatou a zero golos com o Atlético de Bissorã, no estádio Lino Correia, em Bissau.
Em Bafatá, a equipa local recebeu no sábado a visita do FC Cupelum, um dos reivindicadores, empatando também a zero golos no Estádio da Rocha. Ontem, segunda-feira, 7 de fevereiro, no Estádio Lino Correia, Cuntum FC, outro clube que está a exigir a realização do congresso, recebeu e venceu o FC Binar por 1 a 0.
De acordo com os estatutos do organismo, a falta de comparência numa partida agendada, o clube perde três pontos automaticamente. O Democrata apurou junto de uma fonte que foi realizado esta terça-feira um encontro na sede da FFGB para encontrar uma “saída plausível” às reivindicações dos clubes.
Os clubes que estão a exigir a realização do congresso são: os Balantas de Mansoa, os Portos de Bissau, a UDIB, o FC Cupelum, Cuntum FC, os Arados de Nhacra, Sonaco e Cacine.
Depois da eleição do novo presidente da LGCF, Dembó Sissé, no mês de setembro, a FFGB decidiu entregar a organização do Campeonato Nacional da primeira e segunda divisão à Liga dos Clubes.
Por: Alison Cabral
Conosaba/Lusa
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