O ministro do Ambiente e da Biodiversidade, Viriato Soares Cassamá, revelou esta segunda-feira, 06 de dezembro de 2021, que a Guiné-Bissau tem uma importância relevante para a conservação das tartarugas marinhas, por albergar uma das maiores populações de “nidificação de tartarugas” verdes, espécie em perigo no mundo. Estima-se em cerca de 20 mil o número de fêmeas reprodutoras.
Cassamá falava na abertura do primeiro Simpósio Regional de Tartarugas Marinhas da África Ocidental, que serve como ocasião de partilha de experiências para expandir e fortalecer a rede regional.
O evento decorre numa das unidades hoteleiras de Bissau de 06 a 08 do mês em curso e visa a partilha de informações técnicas e científicas relevantes para a conservação das tartarugas na região, com ênfase em projetos de investigação e programas de monitorização. O simpósio junta pessoas e organizações de sete países da África Ocidental que trabalham com tartarugas marinhas, designadamente: Guiné-Bissau, Senegal, Gâmbia, Cabo Verde, Mauritânia e Serra Leoa.
Viriato Soares Cassamá disse na sua intervenção que o Sistema Nacional das Áreas Protegidas, estabelecido pelo governo guineense, destaca-se por possuir 26.3 por cento do território nacional declarado como espaços protegidos.
Acrescentou que entre os espaços protegidos encontra-se a região de Bolama/Bijagós, reconhecida pela UNESCO em 1996 como reserva da Biosfera e que integra dois Parques Nacionais, o Grupo das Ilhas de Orango e João Vieira e Poilão e uma área marinha protegida comunitária do complexo de Urok.
O governante informou que na Guiné-Bissau, a maior parte dos esforços de pesquisa para esse fim vem sendo direcionada para a produção e disponibilização de informações científicas, especialmente a das tartarugas marinhas e estabelecer prioridades de ação.
Lembrou neste particular que estudos recentes de seguimento das tartarugas verdes com transmissores de GPS por satélite, demonstraram que um terço desta população é residente no Arquipélago do Bijagós, alimentando-se nos habitats costeiros poucos profundos.
“A ciência tem um papel fundamental, a construção de novas abordagens aplicadas à biologia da conservação tornou-se uma questão de extrema necessidade e urgente.
A capacidade das instituições públicas e privadas depende da geração de informações científicas, assim como da adoção de protocolos que levem em conta o contexto sociopolítico, o elevado número de espécies tropicais e a necessidade de estabelecimento de metas de ação objetivas”, sublinhou.
O ministro do Ambiente e da Biodiversidade assegurou ao O Democrata que o Simpósio que inicia reúne um leque variado de técnicos e organizações que trabalham no domínio de investigação de tartarugas marinhas na África Ocidental, da Mauritânia à Serra Leoa num total de sete (7) países do Programa Parceria Regional para a Conservação da Zona Costeira e marinha.
De salientar que neste encontro de três dias, está presente o Coordenador do Programa Espécies, Ecossistemas e Sociedade do Litoral da Parceria Regional para a Conservação da Zona Costeira e Marinha na África Ocidental, Ibrahima Gueye e o Professor investigador no Instituto Universitário-ISPA.
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
Conosaba/odemocratagb
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