quarta-feira, 4 de agosto de 2021

ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO CONTRA EXAMES NACIONAIS EXPERIMENTAL


A Associação dos Pais e Encarregados de Educação do sector autónimo de Bissau, posicionou contra a realização dos exames nacionais afirmando que não existem condições nas escolas públicas para sua realização.

A posição da organização veio ao público um dia depois de uma das organizações dos estudantes do país ter contestado esta iniciativa ameaçando desencadear esta quarta-feira uma acção de boicote nas escolas seleccionadas pelo ministério da educação.

Em reacção a realização do Exame Nacional, presidente da Associação dos Pais e Encarregados de Educação do sector autónimo de Bissau, Manuel João Bat, afirmou que não existe condição mínima para as escolas públicas sejam submetidas ao exame nacional experimental.

“Não existe nenhuma condição para realização do exame nacional para os alunos das escolas públicas do país, porque os pais e encarregados de Educação andamos diferentes escolas públicas do país sobretudo da capital Bissau e constatamos que nem todos os professores entram sobretudo os de cadeiras nucleares. Sendo assim, estamos a criar o bloqueio aos nossos alunos, por isso não podemos ficar a salvar os anos lectivos, os doentes é que deviam ser salvos não o ano lectivo”, manifestou.

Sobre a ameaça, a Rádio Sol Mansi constatou esta manhã a presença das forças polícias nas diferentes entradas que dão acesso as escolas públicas que foram seleccionadas para receber os alunos que vão fazer a exame nacional o que facto teria alegadamente impedido o boicote programado pelo CAEP.

Em declaração à imprensa, o presidente desta organização estudantil, Alfa Umaro Só, acusou o ministro da Educação de dar a orientação as forças polícias para lhe espancar. “É da responsabilidade do ministro da Educação qualquer coisa que vier acontecer comigo, porque ordenou as forças polícias para me espancar, mas estou tranquilo e sobre a marcha decidimos ponderar para podermos ter a real informação junto do Ministério da Educação sobre o impacto do Exame Nacional Experimental com qual a nossa organização não está de acordo, porque as escolas que foram seleccionados não têm mesmo conteúdo acima de tudo continua a greve da UNTG”

Para compreender esta situação a RSM falou com o antigo director da Escola Nacional Superior Tchico Té, igualmente professor em Camões, Miguel Lizandro Lopes da Gama que disse que a realização do Exame Nacional Experimental é para cumprir com as exigências da UEMOA.

“É importante compreender o que o governo está a fazer através do Ministério da Educação. É simplesmente cumprir com as exigências da UEMOA, ou seja nosso governo devia estar a altura de cumprir com a exame nacional dentro de directrizes de UEMOA, mas não tem sido feito, nessa óptica é do conhecimento de todos que várias vezes a UEMOA financiou o Ministério da Educação para fazer este trabalho e o dinheiro foi usados para os outros fins e desta vez UEMOA está a pressionar e o Ministério da Educação como não têm saída, decidiu realizar Exame Nacional Experimentação envolvendo as escolas públicas”, explicou.

Relativamente a declaração do Ministro da Educação que afirma que não há motivos para nulidade do presente ano lectivo, Lizandro Lopes da Gama admitiu que é possível mas só quando as condições objectivas foram políticas. “Ouvimos há poucos dias o Ministro da Educação a defender que que não há motivos para nulidade do presente ano lectivo, sim é possível validar o presente ano lectivo, mas só quando as condições objectivas foram políticas mas no termo técnico, não têm condições objectivas para validar o presente ano lectivo”.

Apesar de 7 meses de paralisação nas escolas públicas do país, o Ministério da Educação Nacional seleccionou algumas escolas públicas para realizar exame nacional experimental nomeadamente Liceu Nacional Kwamen Nkruma, Samora Moisés Machel e escola amizade Guiné-Bissau Turquia.

Por: Turé da Silva/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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