O Estado Maior General das Forças Armadas afirmou que os estudantes militares guineenses na Rússia não enfrentam nenhuma situação vulnerável e disse que não vai permitir que o prestígio do país e das forças armadas da Guiné-Bissau seja posta em causa.
O Estado Maior General das Forças Armadas reagia à situação dos estudantes militares guineenses que estão na Rússia para uma formação superior de seis anos. De acordo com as informações noticiadas pelo jornal digital guineense (Capital News), “um grupo de cerca de 50 militares que frequentam curso na Rússia estariam a passar situações desumanas e com relatos de alguns que dormem na rua”.
Sobre o assunto, Samuel Fernandes, chefe da Divisão Central da Inteligência do Estado Maior General das Forças Armadas, precisou que os militares enviados à Rússia são 45 bolseiros cadetes, através de uma oferta do governo russo para oito estabelecimentos do ensino militar russo.
Samuel Fernandes informou que a ida dos estudantes militares à Rússia resultou de um acordo rubricado em Moscovo, a 20 de novembro de 2018, quase trinta anos depois da queda do muro de Berlim. O acordo, segundo Samuel Fernandes, foi ratificado, recentemente, nesta legislatura, a Xª, pelo que carece ainda da promulgação pelo Presidente da República e a sua publicação no Boletim Oficial, para sua efetivação.
“Neste momento todos os estudantes estão de férias. Nesse período, cada estudante é obrigado, antecipadamente, a preencher uma ficha para confirmar que vai de férias. Os países com recursos financeiros enviam até bilhetes para os seus estudantes, porque têm mais condições e capacidade económica”, esclareceu e disse que um militar deve conhecer a capacidade e a economia do seu país.
O chefe da Divisão Central da Inteligência do Estado Maior General das Forças Armadas afirmou que dos 45 cadetes que o país tem em oito academias russas, apenas um está fora do estabelecimento universitário, porque terá pedido que iria passar férias com o seu amigo moçambicano.
“Para além deste nosso soldado, todos os elementos cadetes guineenses estão nas residências das academias universitárias a passar as suas férias, cumprindo programas específicos estabelecidos para o período de férias como: as excursões académicas”, assegurou.
O militar guineense alerta que as Forças Armadas não vão permitir que uma meia dúzia de pessoas ponha em causa o prestígio do país e dos militares da Guiné-Bissau, nem permitir a indisciplina no seio das forças armadas.
Neste sentido, enfatizou que dada às carências que o país tem enfrentado, o chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, Biaguê Na N´tan, tem proporcionado encontros juntos dos parceiros da Guiné-Bissau, o que permitiu ultimamente o país enviar bolseiros, em número mais significativo, para o Marrocos e um pouco mais reduzido para o Senegal e a China.
Samuel Fernandes considera “grave” informação posta a circular nos órgãos de comunicação social sobre a situação vulnerável dos estudantes militares guineenses na Rússia.
Promete continuar a averiguar a situação. Contudo, avisou que se a fonte da informação for um dos estudantes militares na Rússia perderá automaticamente a bolsa, porque ” está bem plasmado no acordo de que quem violar as regras perde a bolsa e será retornado ao país”.
“Temos canais próprios para colocar os nossos problemas e temos ainda a nossa representação diplomática na Rússia, onde diferentes situações podem ser tratadas, não por meios de órgãos de comunicação social”, salientou Fernandes.
O chefe da Divisão Central da Inteligência do Estado Maior General das Forças Armadas disse que todos os militares estão sujeitos a respeitarem os estatutos militares e os princípios que regem o funcionamento das forças armadas da Guiné-Bissau.
“É imperativo respeitar os princípios de sacrifício, empenho e sigilo militar”, afirmou e disse que “é inadmissível banalização das estruturas militares do país, portanto todos os responsáveis perderão as suas bolsas e serão retornados ao país”, afirmou.
Por: Filomeno Sambú
Conosaba/odemocratagb
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