sábado, 10 de julho de 2021

Zinha Vaz, fala sobre a venda do terreno de n'batonha

 

CHEGOU O MOMENTO DE EXPLICAR!

Durante quase um mês foi badalado e espezinhado a famosa venda do Terreno de N'Bantonhá na hasta pública a 17 de Novembro de 1999 no exercício das minhas funções como presidente da Câmara Municipal de Bissau.

Assisti e observei várias opiniões manipuladoras carregadas de muita maldade e má fé.

Hoje achei por bem prestar o devido esclarecimento como Deputada Vitalícia porque a questão foi debatida na sessão da ANP.
Ora vejamos :
A 22 de Abril de 1999 assumi as funções de Presidente da Câmara Municipal de Bissau. Ainda durante a Guerra 07 de Junho 1998.
Encontrei o seguinte cenário:
a) 275 funcionários da CMB com 09 meses de salário atrasados.
b) Um salário mínimo desumano no valor de 2.000,00 fcfas para os Almeidas ( varredores de rua).
C) Várias toneladas de lixo dentro da Zona Urbana de Bissau sem poder ser evacuada para o vasoudoro situado em Bôr nos 09 meses de Guerra.
Após Assembleia Municipal da CMB ouvidos os técnicos do urbanismo decidimos efectuar a sessão de Hasta Pública de 08 terrenos da zona urbana.
Na hasta pública o Edital esteve exposto e foi difundido em todos os órgãos da comunicação social.

Dos 08 terrenos eleitos para hasta pública 02 foram embargados pelas famílias através do tribunal Regional de Bissau.

Após a realização da Hasta Pública de 06 terrenos e recolha da receita resultante dos pagamentos efectuados pelos os indivíduos que ganharam os terrenos, foi possível na altura:
a) Pagar os 09 meses de salários em atraso;
b) Aumentar o salário mínimo de 2.0000, 00 para12.000,00 mensal;
c) Retirar as toneladas de lixo da cidade para o vasoudouro;
d) Construir o muro do Cemitério de Yalá que tinha as mortalhas e os esqueletos dos cadáveres de fora.

Ainda nesta altura observamos que não existia nenhuma zona verde na cidade de Bissau. Mais uma vez na Assembleia da Câmara Municipal decidiu-se reverter os terrenos da II fase do Bairro da Ajuda que tinha sido concedido à vários cidadãos gratuitamente. Assim criarmos a Zona Verde até hoje existente no Bairro de ajuda.
Esse Espaço foi criado por mim e inaugurado pelo então Primeiro- Ministro Dr Francisco Fadul no dia da Árvore a 01 de Julho de 1999.

Ouvi na ANP com perplexidade um Deputado afirmar não foi pago o terreno de N'Bantonhá.

Assim como foi ele que criou o espaço verde na II fase do Bairro de Ajuda!

Convido os cidadãos interessados a dirigirem-se à CMB e consultar os processos de cada terreno assim poderão encontrar os pagamento efectuados por cada indivíduo na altura.

Infelizmente na disputa desenfreada pelo poder os jogos de interesses dos nossos irmãos( homens) ditos políticos Guineense não tem poupado ninguém. Principalmente as Mulheres.

Fiz política desde muito jovem na Zona 0 em prol da independência do meu País.

Após á Independência fiz parte orgulhosamente da Juventude que participou na reconstrução nacional.

Ao ser obrigada assistir um fuzilamento fiquei chocada, jurei lutar para acabar com a pena de morte na Guiné-Bissau. Isso custou-me 03 anos e tal de prisão política de Maio 1977 a 1980.

Consegui continuar a lutar até assistir a abertura política 1994, fui 08 anos Deputada na ANP, pela lista da RGB- Movimento Bâfata, graças a Deus os Guineenses não se esqueceram do meu desempenho. Apesar de estar na oposição fiz questão de sempre fazer os meus protestos ao regime com responsabilidade e respeito.

Fui Ministra Conselheira Política e Diplomática do então Presidente da República Dro kumba Yala.
Fui Embaixadora Plenipotenciário da República da Guiné-Bissau na República da Gâmbia.
Estou consciente e tranquila porque sempre exerci as minhas funções com transparência e responsabilidade. E em todas elas no acto de assumir as minhas funções fiz a minha Declaração de Bens.

HOJE REVOLTA-ME CONSTATAR O NÍVEL DE VIOLÊNCIA E DESRESPEITO POLÍTICO QUE SE INSTALA À TODOS OS NÍVEIS DA SOCIEDADE GUINEENSE .
O MEU FOCO É CONTINUAR A CONTRIBUIR ORGULHOSAMENTE PARA O DESENVOLVIMENTO DA NOSSA GUINÉ-BISSAU E BEM ESTAR DO MEU POVO.
Francisca Maria Vaz
Vulgo "Zinha Vaz"

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