segunda-feira, 5 de julho de 2021

Sob mediação do PR ganês: SISSOCO DISPOSTO A DIALOGAR COM ALPHA CONDE MAS DIZ QUE NÃO ASSINARÁ “COMPROMISSO” DE REABERTURA DE FRONTEIRAS


O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, manifestou a sua disponibilidade para dialogar com o seu homólogo da Guiné-Conacri, Alpha Condé. Contudo, disse que a sua posição de não assinar um “termo de compromisso” para reabertura das fronteiras entre os dois países “é irreversível”, porque a Guiné-Bissau “não fechou as fronteiras com aquele país”.

“Isso não está em cima da mesa. Nós não somos países beligerantes, não! Eu não vou assinar nada : esta posição é irreversível. Eu não fechei as fronteiras, então, por que é que vou assinar qualquer documento para a sua reabertura? Quem as fechou que as reabra. A Guiné-Bissau nunca fechará as fronteiras com a República irmã da Guiné-Conacri e o Senegal”, assegurou em declarações aos jornalistas este domingo, 4 de julho de 2021, depois de acompanhar o Presidente do Gana e Presidente em exercício da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Nana Akufo-Addo, que estiveram em visita de Estado de algumas horas no país.

O Chefe de Estado guineense garantiu que o assunto que o opunha ao Presidente Alpha Condé “já pertence ao passado” e que está disposto a dialogar com o seu homólogo da Guiné-Conacri.

Solicitado a pronunciar-se sobre o significado da visita do presidente em exercício da CEDEAO à Guiné-Bissau, disse que há 20 anos é a primeira vez que um presidente em exercício daquela organização sub-regional efetua uma visita de amizade à Guiné-Bissau. Sublinhou que a visita é muito importante, tanto para ele quanto para os guineenses.

“Cada vez que vinha um presidente da CEDEAO, toda a gente esperava um comunicado final. Mas desta vez veio e fizemos uma declaração conjunta e chegamos a uma conclusão sobre a criação de uma comissão mista entre o Gana e a Guiné-Bissau. Vou instruir o primeiro-ministro e a ministra dos Negócios Estrangeiros para começarem a preparar o dossiê para que essa comissão se reúna o mais rápido possível”, assegurou.

Questionado se abordaram o assunto do Mali, respondeu que foi ao Mali a convite do Presidente em exercício da CEDEAO para falar com o Presidente interino desse país e as autoridades malianas.

“Ele veio aqui também para saber qual era a resposta da missão que efetuei ao Mali. Eu não sou o mediador. Só fiz os bons ofícios e usei a minha influência a relação que tenho com eles. Chegamos a uma conclusão que brevemente ele enviará a ministra ganesa dos Negócios Estrangeiros, que igualmente é a presidente do Conselho de Ministros da CEDEAO, que portará uma mensagem do Presidente em exercício da CEDEAO”, contou.

Por: Assana Sambú
Foto: Marcelo Na Ritche
Conosaba/odemocratagb

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