por: yanick Aerton
Em situações normais em
que um partido ganhe as eleições legislativas com uma maioria acima dos 55%,
a prudência aconselha a que esse partido forme o seu Governo sozinho, ou se
assim entender, convide outros partidos e organizações da sociedade civil.
Se isso é verdade, não é
menos verdade que em contextos como o da Guiné-Bissau, em que os resultados
eleitorais não deram uma maioria absoluta ao partido vencedor, é aconselhável
optar-se por uma solução diferente da acima exposta, isto é, o partido vencedor
deve estabelecer parcerias estratégicas para poder governar. Foi precisamente o
que o PAIGC fez depois das eleições de Março de 2019, quando as ganhou
com
47% dos votos validamente expressos.
Contudo, a falta de visão
e de humildade fez com que, com o tempo, o PAIGC foi dando tiro no pé ate o
poder lhe escapar infantilmente.
Agora pergunta-se: o porquê desse amadorismo político ou falta ,
de leitura correta dos sinais do tempo?
Primeiro, o
PAIGC nunca devia propor o Aristides Gomes para o cargo de PM,
quando nas suas fileiras, na linha da sucessão, tinha quatro vice-presidentes,
o Cipriano
Cassamá (impedido, por estar a desempenhar outras funções), a tia Odete
Costa Semedo, o tio Califa Seide e a tia Adiatu
Djalo Nandigna, todos primo-ministeriáveis.
Com todas as situações
complicadas cridas pela governação do AG, que teve a sua repercussão nos
resultados eleitorais, propor a sua recondução não passou de amadorismo
político, de um partido como o PAIGC, com os anos de experiência
que acumulou no exercício do poder político.
Nenhuma mente sã pode
compreender essa decisão, sabendo-se de antemão de que a coabitação com o
recém-eleito PR seria impossível, porquanto o próprio AG, tinha declarado
publicamente que iria demitir-se caso o General ganhasse as eleições, palavra
que não foi depois seguido de ato, por falta de algo difícil de chamar neste
espaço publico, pabia fidju furu ta sedu furu te na morte, o que não foi o caso
di
Nhá garandi e bem-querido PM, que até não é um mau quadro, sem tirar aquela sua parte de ……
O que é que me leva a
escrever sobre este assunto?
A razão é muito simples,
porque depois de o PAIGC perder o poder por culpa própria, formou-se um governo
inclusivo, que compreende figuras de várias proveniências.
Em face disso, qual o
verdadeiro poder do Equipa Manager (TM), o Primeiro-ministro, se não é
ele quem propôs os homens e mulheres que integram o governo que lidera?
Aí é que esse PM
precisa de forte apoio político do Presidente da República, o verdadeiro
detentor do poder político (porque um dos artigos da CR diz claramente
que ele pode dirigir o Governo sempre que bem entender).
Numa situação atípica
como esta a que assistimos em relação ao Governo, cada membro presta contas
primeiro ao seu líder que o indicou, e só depois ao PM, que lidera o
executivo, gerando muitas vezes situações de indisciplina, contra a qual o PM
se torna muitas vezes impotente.
Essa indisciplina
agrava-se muito mais quando temos um PM que, por dissensões internas no seu
partido conta apenas com um deputado que lhe e fiél, razão pela qual não pode
evitar que alguns dos seus colaboradoras se sirvam dos lugares para se
servirem, e reforçar a capacidade financeira das respectivas formações
politicas através de praticas dificilmente controláveis, em vez de servirem o
povo, devido a ausência de um monitoring permanente. Muito
complicada esta situação!
Por isso, como se perspectiva
uma remodelação que não se sabe ainda se será profunda ou apenas uma operação
cirúrgica, recomenda-se que ao futuro PM, quer seja este que continue ou
um novo, seja dado um cheque em branco para escolher os candidatos aos postos
dentre os quatro nomes que lhe serão apresentados pelos partidos, para assim
poder ter esse peso necessário que lhe permita impor-se e rigorosamente ter o
controlo da situação.
Se pensarmos que neste
momento o PM Nuno tem poderes, não de coação, mas sim aquela fidelidade
que é necessária entre o PM e o seu membro de Governo, muitas
dúvidas pairam no ar, pabia no tene inda kil mania di fala “anta el
cu cudjin, anta âmi i di si partido?
Aí é que não se
compreende porque certas pessoas tentam questionar o porquê das presenças do PR
nas reuniões do conselho de ministros.
O PR tem a plena
consciência de que nesta bagunça, se ele se afastar, isto será um terreno
fértil à desgovernação, o que mancharia a sua reputação, impossibilitando-lhe
de implementar a sua visão.
Yes, o PR
deve continuar a dirigir o barco e exigir accountabilty, senão a corrupção que
tende a tornar-se endémico na nossa sociedade, vai agravar-se.
PR, o povo esta com a Vossa
Excelência, e exige rigor e tomada de decisões, ainda que impopulares, desde
que vão ao encontro das suas aspirações!
Não devemos perder de
vista que este PR, além de militar de carreira é um Manager, condutor de
homens, e como tal, nunca deixará a barco afundar-se, porque tem um contrato
social com o povo que o escolheu dentre muito pesos-pesados da nossa classe
política, pá limpal espingarda.
Bom fim-de-semana a todos!
Parabéns todos/todas finalistas das
diferentes escolas!
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