Os estudantes da Universidade Amílcar Cabral (UAC) vão denunciar esta segunda-feira (30.11), em conferência de imprensa, a paralisação das aulas naquela instituição do ensino superior, a cerca de dois meses, devido a retenção das fichas de avaliações do primeiro semestre, pelos docentes, que estão a reclamar vários meses de salários em atraso.
O início do segundo semestre estava previsto para 19 de outubro, mas até agora as aulas não se reiniciaram.
Estudantes e professores acusam o reitor da Universidade, Timóteo Saba M’bunde, de recusar diálogo e de ser incapaz de apresentar soluções aos problemas da UAC.
“A cerca de dois meses que não temos aulas e o reitor continua calado. Não apresenta soluções aos problemas, enquanto nós estamos a ser prejudicados”, disse ao Jornal Capital News, um membro da Associação Académica da UAC.
“O reitor fala mal com as pessoas e o pior é que quer enfraquecer a luta dos professores, garantindo passagem automática, para o primeiro ano, aos estudantes do ano propedêutico. Tudo que está a fazer é má fé. Há um fundo do governo destinado anualmente para as despesas da universidade, que vão até ao pagamento dos salários. Onde está?”, questionou ao Capital News, um docente, que pediu anonimato.
Contactada pelo CNEWS, uma fonte da direção da Universidade Amílcar Cabral, que não quis ser identificada, desmente as acusações. Disse que houve sempre diálogo entre a direção da UAC, os docentes e os estudantes. Afirma ainda que os docentes em causa são contratados e pagos pela Universidade, não pelo governo. Explicando depois que a exigência dos professores é que a UAC tem que pagar salários referentes ao período em que as aulas estiveram suspensas, devido ao confinamento, por causa da pandemia da covid-19. “Aí é que reside a divergência”, disse a fonte.
Por fim, a fonte garante que estão na “busca de soluções” aos problemas, contrariando desta forma as acusações feitas pelos estudantes e professores.
Para o ano letivo 2019/2020 (que ainda não terminou), inscreveram-se na Universidade Amílcar Cabral, 294 estudantes. Mas fonte da Associação Académica disse ao Capital News que, devido à indefinição da situação na UAC, alguns já desistiram, porque apanharam bolsa de estudo para o exterior, ou porque decidiram mudar para a outra universidade do país.
A UAC conta atualmente com 34 professores, pagos conforme o número de turmas que possuem e tempo que lecionam.
Por CNEWS com Conosaba do Porto
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