O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, promete que as forças armadas nunca mais serão usadas para instabilidade política e para isso remete a responsabilidade ao Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas.
O Presidente Umaro Sissoco Embalo falava, hoje (16 de Novembro 2020), nas celebrações do dia das Forças Armadas Revolucionárias do Povo da Guiné-Bissau que foi antecedida com a transladação dos restos mortais do falecido presidente, João Bernardo “Nino” Vieira, assassinado em plena função, a 02 de Março de 2009.
Sissoco Embalo disse que as lembranças de Nino Vieira continuam acesas nas memórias dos guineenses, e, não obstante, fala do impacto do golpe de 14 de Novembro.
“Quero dizer às nossas forças armadas que não somos assassinos e nunca mais seremos usados. Quem tentar usar as forças armadas para desestabilizar o país Biaguê Na Ntam [Chefe dos militares] é da sua responsabilidade”.
Entretanto, ainda em reconhecimento do antigo presidente, Sissoco Embalo anuncia que a partir de agora a antiga avenida 14 de Novembro passa a ser chamado de “Cabi na Fantchamna”, nome de guerra de Nino Vieira.
“A partir de hoje, a antiga avenida 14 de Novembro passa a ser Cabi Na Fantchamna. Para que os nossos hospedes saibam que Nino nos apresenta a todos nós”
Esta translação cria controversas; de uma parte a iniciativa é elogiada porque Nino Vieira tem um estatuto típico e reconhecido de combatente da liberdade da pátria por ter destacado entre os companheiros da luta e de outra parte os filhos do antigo presidente que alegadamente estão contra a decisão da Presidência da República sendo que ainda não foi feita a justiça [o processo foi arquivado desde 2017].
No discurso a nação depois da cerimónia da translação dos restos mortais do falecido presidente João Bernardo “Nino” Vieira, Umaro Sissoco Embalo, diz que “Nino” é o património da Guiné-Bissau portanto não há razão de fazer política num lendário como Nino Vieira.
No entanto, ouvido pela nossa reportagem, o comentador político da Rádio Sol Mansi, Rui Jorge Semedo, disse que o gesto é louvável mas é preciso que as autoridades nacionais voltem atrás e sigam os procedimentos formais junto das família.
Rui Jorge Semedo disse que o Estado da Guiné-Bissau deve diligenciar também no mesmo tratamento com Luís Cabral, primeiro presente da Guiné-Bissau.
Para Rui Jorge Semedo, é preciso reconhecer as pessoas que deram as suas vidas pela liberdade e desenvolvimento nacional.
A cerimónia de transladação dos restos mortais de Nino Viera contou com a presença da esposa e de alguns filhos do malogrado.
Nino Vieira foi quem leu a proclamação da independência da Guiné-Bissau e o presidente que mais fez anos no poder na Guiné-Bissau. Depois de anos no exilo no poder, voltou ao país e venceu as eleições presidenciais e poucos anos depois foi assassinado e a família ainda aclama por justiça.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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