Não é normal sermos tão míopes
politicamente ao ponto de não sabermos identificar os nossos interesses. É
precisamente isso que se verifica hoje em certos sectores da nossa sociedade,
em relação a pessoas que, por assimilação ou simplesmente por se julgarem
utopicamente parte, se posicionam ao lado daqueles de cujos interesses são
diametralmente opostos.
Muita pena que alguns
ainda não compreenderam que a luta que se trava é a luta de classes, aquilo que
Kwame
Nrumah chamava de “class struggle”. É a luta entre o
pretenso “djiru” e aquele que por ignorância é considerado “burro”,
independentemente de tudo quanto possa ter como qualificações.
É entre os “have”
a os “have not”. A luta entre aqueles que através do exercício de
importantes cargos políticos se apropriaram daquilo que é de todos nós para se
enriquecerem, contra aqueles que são vítimas desse crime ignóbil que permanece
impune.
É a luta entre aquele que
ontem andava a pedir emprestado saldo telefónico na praça do império e o seu
grupinho, contra aqueles que cegamente continham a endeusá-los
como se de gente de bem se trata.
Por isso, devem ser
cerradas as fileiras para, de forma revolucionária, fazer face a essa agressão
que quer perpetuar-se na nossa sociedade. E isso passa necessariamente pela
introspecção (djubi na espelho) e acordar de consciência
para melhor defender os seus interesses, os interesses da maioria contra os de
uns pequenos djintons, muitos dos quais falhados, tanto na escola quanto na
vida empresarial.
De facto, devido a nossa passividade
e conformismo, continuam a olhar para a maioria como patetas e, apesar de
muitos deles não verem um palmo a frente, se julgam os eternos eleitos a
privilégios que são a conquista colectiva, ou seja da maioria dos Guineenses
que tudo deram para que esses privilégios se surgissem.
Os “Buruntumas” têm
facilitado a que ainda essa gentalha esteja a governar-nos, porquanto se deixam
enganar facilmente, aproveitando-se das suas limitações, razão porque
deliberadamente até a data não se construiu nenhuma universidade no
interior.
Mas, isso até quando?
Dia pertu tchiga, pabia Guine cana
sedu mas suma dantes. Minoria nunca mas cana manipula maioria. Pa i fica claro.
Por: mago yanick aerton
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