O primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, congratulou-se hoje com a posição da Comissão Nacional de Eleições (CNE) de aceitar realizar, na terça-feira, o apuramento nacional dos resultados das eleições presidenciais, como exigido pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ).
Para Aristides Gomes, que falou à Lusa, à margem da inauguração do primeiro centro de hemodiálise na Guiné-Bissau, a decisão da CNE "é vista com bons olhos" pelo Governo, por ser a "única via de salvaguardar a paz e a tranquilidade" no país.
"O cumprimento das decisões judiciais é sempre algo que leva à pacificação e à acalmia dos ânimos. A partir do momento em que não se cumprem as decisões judiciais, o clima é, necessariamente, tenso", observou Aristides Gomes.
Em cartas dirigidas aos dois candidatos à segunda volta das presidenciais, realizada a 29 de dezembro passado, a CNE informa que procede, na terça-feira, a partir das 10 horas, na sua sede em Bissau, ao apuramento nacional dos resultados, cumprindo um acórdão do Supremo Tribunal de Justiça.
Sobre a promessa de Umaro Sissoco Embaló, candidato declarado pela CNE como o vencedor das presidenciais, em tomar posse na próxima quinta-feira, mesmo perante o impasse judicial, o primeiro-ministro guineense afirmou que o Governo aguarda pelo pronunciamento definitivo do Supremo Tribunal de Justiça.
"É preciso termos calma, quem ganhar, mais dia, menos dia, acabará por ser investido de acordo com a lei", observou Aristides Gomes.
O primeiro-ministro guineense apelou à contenção da população, mas também exortou os líderes políticos a evitarem situações que possam precipitar o país para o caos.
"O espírito de guerra, faz sentido, tínhamos legitimidade quando nos batemos contra a potência colonizadora, mas hoje em dia a violência não tem legitimidade nenhuma", frisou Aristides Gomes, lembrando o conflito político-militar de 1998/99 que ocorreu no país.
Aristides Gomes afirmou que daquele conflito, em que todos perderam, a Guiné-Bissau apresenta sequelas até hoje, frisou.
"Até aqueles que desencadearam a guerra acabaram por perder, pois morreram todos, ou de bala ou de doença", sublinhou Gomes.
Conosaba/Lusa
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