Por: mago yanick aerton
A mudança que o povo
reclama, ao votar massivamente no General Umaro Sissoco Embalo, é um sinal
forte da premente necessidade de ruptura com o regime que, durante muitos anos
não conseguiu corresponder às aspirações daqueles que tudo deram para libertar
o fidju
di tchon da opressão do mais retrogrado dos colonialismos, o
português, apesar de ter nos primeiros anos de independência, com o Luís
Cabral, dado esperança ao Guineense.
É também um sinal da
necessidade de boa governação e do império da lei, não aquele império
da lei
tão propalado que, quando se invoca é apenas para alimentar certos caprichos
políticos. Império da lei que venha a consolidar o estado
de direito democrático, permitindo sobretudo reprimir severamente aqueles que
pensam que o exercício de alto cargo no Estado é para se servir e não para
servir o povo, como tem acontecido ao longo dos tempos.
Imperio da lei
que venha a rever os casos dos crimes do roubo de arroz doado pela China, dos
enriquecimentos ilícitos. Imperio da lei que confisque os bens roubados e os
restitua ao povo, sobretudo as mansões compradas no estrangeiro Paris,
Lisboa, Dakar, Praia, São Vicente, etc., bens
esses já identificados.
Em relação à presidência
do General Umaro Sissoco Embalo, os Guineenses têm que ter os olhos bem
abertos, não só para controlá-lo, o que aliás sempre se manifestou e encorajou,
como também controlar o Governo com o qual é obrigado coabitar, pelo menos
nesta fase, para evitar a delapidação do tesouro público e a transformação das
empresas do Estado em fontes de emprego para familiares e amigos, bem como uma
fonte de receita para alimentar os vícios dos membros de um determinado sector
da nossa sociedade.
Ganhar umas eleições
presidenciais não é tarefa fácil, mas o mais difícil ainda é gerir essa
vitória, sobretudo quando estamos rodeados de predadores que só olham para os
seus interesses, e que julgam poder exercer a pressão sobre o Presidente
da República para satisfazer os seus caprichos, a todo o custo,
defraudando as expectativas do povo que nele depositou a sua confiança através
das urnas.
Muitos dos Guineenses
que apoiaram o General Umaro Sissoco Embalo e que aspiravam
a mudança, o fizeram incondicionalmente e não a espera de qualquer recompensa,
pois o que lhe interesse é ver o pais desenvolver-se para que cada um possa
trabalhar e ganhar honestamente o seu pão de cada dia.
Há também os eternos
candidatos a membros do Governo, alguns até cadastrados, que
de certeza vão querer estragar a presidência do General Umaro Sissoco Embalo,
empurrando-o a tomar medidas inoportunas, não para salvaguardar as conquistas
desta revolução, mas para satisfazer os seus caprichos.
O General Umaro
Sissoco Embalo que é miliar e sabe muito em que as regras devem
funcionar, nunca vai cair nessa tentação, e muito menos ceder a qualquer
pressão, venha ela donde vier, porque sabe que as legislativas de Março de 2019
foram ganhas com maioria relativa pelo PAIGC, o que significa que vai
coabitar com o Governo desse partido e vai apoia-lo n âmbito das suas
prerrogativas para transformar o país.
Espera-se também do
Governo do PAIGC uma sã colaboração, através de um dialogo construtivo,
para evitar constantes desentendimentos que podem levar o General Umaro
Sissoco Embalo a fazer o que precisamente muitos gostariam de ver - a
demissão do Governo para nomear um Governo de “tchapa tchapa”, em que
integrariam lagartos, lagartixas, cobras, ratos e ratazanas.
O Governo do PAIGC
deverá dar provas de sinceridade, competência, ambição, espirito de abertura,
para poder merecer do General Umaro Sissoco Embalo o indispensável
apoio de que necessita para revolver as montanhas de problemas com que vem
debatendo, mas não com este Primeiro-ministro que deve ser
imediatamente demitido e a sua governação auditada.
O PAIGC deve começar a
pensar desde já na figura a indicar para o cargo de Primeiro-ministro, e essa
figura não deve ser outra, de acordo com a hierarquia, que não seja a Prof. Dra.
Maria Odete Costa Semedo, isto é, caso o DSP
recuse assumir o cargo.
Eu sei que muitos dos
ultras não vão gostar desta minha posição, mas isso não me preocupa, pois o que
que motiva é de ver a nossa erguer-se no patamar daqueles países que nos
rodeiam e mesmo ultrapassa-los porque temos recursos naturais e humanos para
operar esse milagre.
Não podemos e nem devemos
deixar que o General Umaro Sissoco Embalo, seja empurrado
a violar a Constituição da Republica. Só se pode equacionar a hipótese da
demissão do Governo do PAIGC se não deixar de ter maioria
parlamentar, mas isso só é verificável no hemiciclo e não no gabinete.
Não pretendo dar nenhuma
lição e nem tenho essa competência, mas é meu entendimento de que os dois
grandes partidos da oposição, MADEM G15
e o PRS,
têm de concentrar os seus esforços na fiscalização da acção governativa.
Do que os Guineenses
precisam é de uma equipa de gente séria, trabalhadora e incorruptível, para em
tempo record, fazer sonhar de novo o Guineense.
Muitos dos membros deste
Governo são competentes, alguns nunca desempenharam cargos ministeriais, mas em
pouco tempo conseguiram fazer a diferença, pelo menos nestes aspectos,
humildade, competência, capacidade de escuta e de gestão participativa do
departamento sob a sua jurisdição.
Neste particular, não
posso deixar e me referir a duas individualidades em relação às quais nem tenho
a necessidade de pedir autorização, devido ao respeito e consideração que nutro
por elas, Dra. Magda Robalo, que foi representante da (OMS) em
muitos países e a Dra. Nelvina Barreto. Graças a Deus, não sou cego, mudo
e muito menos surdo, e sou um cidadão atento e responsável, por
isso sei do que falo. Ao me referir a essas duas figuras, não quer isso dizer
que não tenha apreço pelos restantes. Longe disso!
Portanto, deixem
governar, de acordo com as disposições constitucionais, o General Umaro
Sissoco Embalo, que vai dispor de um período de graça muito curto,
porque com a sua vivência e experiência acumulada junto de chefes de estado
amigos, além dos apoios que irá ter dos ex-chefes de estado, José
Mário
Vaz, Raimundo, Pereira e Serifo Nhamadjo O General
Sissoco Embalo não terá por isso direito a erro.
As manobras do PAIGC
e o seu candidato não devem ser motivos para que o seu governo seja afastado,
sem que perca a maioria parlamentar. É a política, e essas manobras têm de ser
analisadas nessa perspectiva, não devendo levar a que o General Umaro
Sissoco Embalo, seja influenciado pelos ultras para fazer asneiras e
não concentrar-se no essencial, que é de dar todo o seu apoio ao Governo para
se pôr definitivamente termo a esta crise.
Nota: esse artigo e de total autoria
de yanick!
Deus abençoe a
Guiné-Bissau!
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