por Lusa
A chefe da Missão Integrada das Nações Unidas para a Consolidação de Paz na Guiné-Bissau (Uniogbis) propôs hoje a criação de uma plataforma de alto nível para o diálogo entre parceiros internacionais e autoridades nacionais.
Rosine Sori-Coulibaly, representante especial do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) na Guiné-Bissau, disse hoje, numa reunião do Conselho de Segurança, em Nova Iorque, que pretende criar uma "plataforma de alto nível para que parceiros internacionais e autoridades nacionais discutam regularmente, acompanhem e promovam a continuidade das reformas".
Tal como vários membros do Conselho de Segurança, a chefe da missão destacou a "necessidade urgente de reformas" na Guiné-Bissau e recordou a "revisão da Constituição" como "centro da instabilidade nacional".
A representante especial do secretário-geral da ONU em Bissau considerou que o "período pós-eleitoral pode mostrar uma janela de oportunidade para reconciliação e coesão nacional se houver vontade política e compromissos".
Diplomata do Burkina Faso, Rosine Sori-Coulibaly sublinhou que a Uniogbis, cujo encerramento está previsto para final deste ano, poderá ser alvo de uma extensão de mandato, devendo centrar o seu trabalho no novo quadro de parceria entre as Nações Unidas e a Guiné-Bissau para o Desenvolvimento Sustentável no período 2021-2025.
A plataforma sugerida por Sori-Coulibaly irá informar também dos "esforços da ONU" no país e "assegurar o respeito pelo calendário eleitoral".
"Nos últimos 20 anos, a ONU investiu consideravelmente na Guiné-Bissau. Agora, perante a reconfiguração da presença da ONU, temos uma responsabilidade coletiva de salvaguardar os dividendos democráticos e de consolidação da paz", declarou a diplomata.
Na mesma reunião, Ronaldo Costa Filho, presidente da Configuração para a Guiné-Bissau da Comissão das Nações Unidas para a Consolidação da Paz (PBC-GB), congratulou o país pela realização das eleições presidenciais em novembro e declarou que a comunidade internacional espera com expectativa a passagem pacífica de poder de um Presidente democraticamente eleito para outro, pela primeira vez.
Para o novo Representante Permanente do Brasil junto da ONU, Ronaldo Costa Filho, as eleições presidenciais foram apenas "o primeiro passo para a paz política" e anunciou que as prioridades de consolidação da paz da PBC-GB só poderão ser implementadas depois da estabilização nacional.
O presidente da PBC-GB prometeu também projetos e "ações ancoradas no diálogo com o Governo" para dar respostas aos "desafios do `financial cliff` [penhasco financeiro], muitas vezes vivido por países em transição".
A ONU abriu uma missão de paz na Guiné-Bissau em 1999, que continuou com a atual missão integrada de consolidação da paz na Guiné-Bissau.
O atual mandato da Uniogbis decorre até 28 de fevereiro do próximo ano, mas requer-se uma diminuição gradual das atividades até ao seu encerramento, previsto para 31 de dezembro de 2020.
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