sábado, 15 de fevereiro de 2020

GOSSI GORA IKUMA IKUMA?


Por: mago yanick aerton

Eu não gosto de me aventurar em assuntos em relação aos quais não tenho o devido domínio, mas aquilo que estou a assistir relativamente ao contencioso eleitoral, leva-me a interrogar-me se efectivamente os Guineenses devem continuar a acreditar nesta nossa justiça.
É dever de qualquer cidadão acreditar nas instituições do seu país, e o Guineense não foge a essa elementaríssima regra. Com todos os seus defeitos, mas continuamos a acreditar na nossa justiça porque temos magistrados altamente qualificados que poderiam oferecer-nos uma justiça melhor, com base nas leis e na sua consciência, caso os políticos não se aproveitassem das suas fraquezas, magro salário, falta de segurança pessoal e péssimas condições de trabalho, para levar alguns a inobservância da deontologia e éticas profissionais.
Não estive preocupado quando saiu o Acórdão 1/2020, porque entendi na altura que foi por descuido que o STJ atendeu um requerimento de recurso que devia liminarmente indeferir, por extemporaneidade e apresentação de provas infundadas.
Mas, com o acórdão de hoje, dia 14 de Fevereiro, por sinal o Dia dos Namorados, passei a preocupar-me bastante, porque se fez tudo menos a interpretação da lei, como acontecera com o acórdão 1/2020. Tudo isso é para atrasar o empossamento de um candidato cuja vitória foi declarada pelo órgão com competência exclusiva para anunciar os resultados das eleições, a CNE.
Se todas as instituições que foram representadas no acto eleitoral têm na sua posse os mesmos resultados que os anunciados pela CNE, incluindo as duas candidaturas a segunda volta, porque é que o STJ vai desafiar tudo e todos, só porque alguns dos Juízes Conselheiros que o integram são suspeitos (?) de terem sido corrompidos pela candidatura perdedora?
Não há nenhum Guineense que não defende o império da lei, porque quando se decidiu abraçar o multipartidarismo sabia-se de antemão que a sociedade passaria a ser regida por leis e não pela força, como do tempo do Roí Soleil (Louis XIV). Mas será que não obstante o atrás exposto, podemos continuar a acreditar nesta justiça de dois pesos duas medidas?
Será que o falecido Presidente Koumba Yala não tinha razão quando meteu alguns juízes do STJ na cadeia e nomeou uma nova equipa, apesar de ter violado a lei?
Muitas são as interrogações que os Guineenses estão a fazer, como consequência deste novo acórdão, e há necessidade de serem elucidados, uma vez que a vitória do Umaro Sissoco Embalo é mais o que certa, e só os que não estiveram no terreno podem talvez ter duvidas.
Se este impasse persistir, qual deverá ser a saída, porque ninguém vai financiar novas eleições? As eleições foram financiadas com o dinheiro dos contribuintes dos outros países, e não vejo de novo esses países financiarem no mesmo país, umas eleições consideradas livres, justas transparentes e credíveis, onde o perdedor se recusa pura e simplesmente a reconhecer os resultados, ainda que ele tenha sido o primeiro a telefonar o seu concorrente para o felicitar, em menos de 24 horas do encerramento das urnas.
Por isso, a única esperança que resta aos Guineenses agora é mais uma intervenção, desta vez, musculada, da CEDEAO, para pôr ordem nisto, e evitar o extremar de posições que poderá conduzir o país ao caos, porque o povo não vai deixar que o candidato em quem votou massivamente não assuma a presidência da república.
É urgente essa intervenção porque daqui a pouco as pessoas vão começar a perder a cabeça, porque estão fartas das manobras dilatórias do PAIGC e do seu candidato, com a cumplicidade da cúpula do STJ.
BASTA! CHEGA! I DJUSTA!


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