O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) espera que a comunidade internacional assuma as suas responsabilidades e aplique sanções, referindo-se à simbólica tomada de posse de Umaro Sissoco Embaló como Presidente do país.
"O PAIGC espera que a comunidade internacional assuma as suas responsabilidades e que continue a estar atenta ao que se passa na Guiné-Bissau, sancionando duramente todos aqueles que de forma antipatriótica, anticonstitucional e com claras evidências de ligação ao 'jihadismo' e ao narcotráfico, querem a todo o custo manter o atual 'status quo' como forma de poderem continuar a servir-se do país para continuarem a servir-se a eles próprios", refere um comunicado da comissão permanente do partido, com data de quinta-feira e que a Lusa teve hoje acesso.
No comunicado, o partido, liderado por Domingos Simões Pereira, refere também que o Presidente cessante, José Mário Vaz, é um dos "principais elementos com responsabilidade na execução deste atual golpe de Estado" ao dar "cobertura e permissão para a utilização da força a fim de permitir o empossamento de Umaro Sissoco Embaló sem esperar pelo pronunciamento definitivo do Supremo Tribunal de Justiça".
O PAIGC volta a denunciar a "interferência do Presidente (do Senegal) Macky Sall nos assuntos internos da Guiné-Bissau ao expressar publicamente o seu apoio ao seu homem de mão na pessoa de Umaro Sissoco Embaló, como seu ávido de desejo de subjugar a Guiné-Bissau e os seus recursos aos seus interesses".
O partido refere também estar preocupado com o facto de os "principais implicados neste golpe de Estado terem como objetivo principal da sua atuação o enfraquecimento e desacreditação das instituições da República para assim levarem por diante os seus planos obscuros de promoverem o narcotráfico e crime internacional e na defesa dos interesses do Senegal".
Umaro Sissoco Embaló tomou simbolicamente posse como Presidente da Guiné-Bissau na quinta-feira, numa cerimónia bastante concorrida, mas que ficou marcada pela ausência do Governo, partidos da maioria parlamentar e principais parceiros internacionais do país.
A cerimónia terminou com a assinatura do termo de passagem de poderes entre o Presidente cessante, José Mário Vaz, e Umaro Sissoco Embaló.
O Governo da Guiné-Bissau considerou o ato como um "golpe de Estado" e "uma atitude de guerra" e acusou o Presidente cessante de se auto-destituir e as Forças Armadas de "cumplicidade".
Conosaba/Lusa
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