sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

NÃO SE DEVE FALAR DA ETNIA OU DA RELIGIÃO PARA FUNDAMENTAR OS ACTOS POLÍTICOS

Falar da etnia ou da religião na Guiné – Bissau é, sem dúvida ignorar o sacrifício que o povo guineense se submeteu para se unir na edificação da identidade guineense. Certamente, isso custou muitas vidas (luta de libertação).
Esse sacrifício devia servir da lição suficiente para que os guineenses possam esquecer de uma vez por toda a diferenciação das pessoas através da etnia ou da religião. Sem dúvida, qualquer etnia ou religião contribuiu bastante, para que este país se tornasse independente. Porque, o que está a ser vivido nestes dias é muito vergonhoso para uma sociedade democrática. Sobretudo num estado laico. Os políticos querem permanecer ou chegar a poder à todo custo. Por isso identificam-se mais com etnia, religião ou os civilizados e não civilizados para poderem tirrar o proveito político. Felizmente, o guineense é um povo maduro. Alias, não existe nenhuma etnia que não se “cruzou com a outra etnia, em termos de casamento. E, no passado já fizeram um teste em que todos se uniram e tomaram a independência.
Agora, porque é que não vão deixar de dizer que o tal é Fula e outro é Balanta etc. Para se unirem em prol de desenvolvimento do país? No meu entender, o problema da Guiné-Bissau não está na riqueza e, nem está nos quadros capacitados. O maior problema deste país está mesmo no político guineense. Mesmo que tivessem os contentores de Euro (moeda europeia) espalhados em todo canto de país, se não mudaram a forma de pensar o país para melhor, certamente, vão estragar todo o dinheiro e, nem se quer vão alcatroar, uma avenida da cidade de Bissau. Porque, se o problema estivesse na riqueza ou nos quadros capacitados! Certamente, a Guiné-Bissau estaria à frente da Suíça ou de EUA no índice do desenvolvimento humano. É bom recordar que estes países chegaram no topo onde estão, não por milagre. É sem dúvida graças ao trabalho e a união de todas as raças. Portanto, não deve haver motivo de refugiar na etnia ou na religião para permanecer ou chegar à poder. Por isso, já está na altura dos guineenses porem o interesse do país em cima do interesse pessoal ou da sua família. Só assim, é que poderão aproveitar as capacidades dos seus quadros rumo ao desenvolvimento da Guiné-Bissau.

Mutaro Djaló

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