O primeiro-ministro guineense, Aristides Gomes, desdramatizou as críticas à nomeação de 13 conselheiros e sete assessores para o seu gabinete, salientando que a medida não representa grandes encargos para os cofres do Estado.
"Quero garantir que na maior parte [das nomeações] são pessoas que têm já o seu salário ou a sua pensão de reforma", declarou Aristides Gomes à chegada ao país, vindo da Costa do Marfim, onde esteve a participar numa cimeira da União Económica de Estados da África Ocidental (UEMOA).
Organizações da sociedade civil, nomeadamente o Movimento dos Cidadãos Inconformados, exigem ao primeiro-ministro a revogação das nomeações, ameaçando sair à rua em manifestações de repúdio por aquilo que consideram ser nepotismo e sobrecarga aos cofres do Estado.
O primeiro-ministro afirmou que a maioria das pessoas nomeadas são funcionários públicos, que quase todas foram apenas oficializadas nos cargos que já exerciam e que a sua indigitação "não trará incidência particular sobre o orçamento" do Estado.
Aristides Gomes garantiu que haverá mais nomeações de pessoas que irão apoiar a governação e que está em curso um plano para reorientar os fundos à disposição do gabinete integrado das Nações Unidas para consolidação da paz na Guiné-Bissau (Uniogbis) para o pagamento aos assessores do Governo.
Gomes disse ter feito aquela sugestão ao Conselho de Segurança da ONU, que aceitou o pedido.
O primeiro-ministro guineense considerou ainda que a Guiné-Bissau "mais do que nunca" tem toda necessidade de colocar pessoas capazes na administração estatal, tendo em conta a situação em que se encontra o país.
"É preciso compenetrarmo-nos de uma realidade, de uma vez por todas, na Guiné-Bissau, nós estamos numa situação em que temos que reconstruir o Estado peça por peça", declarou Aristides Gomes.
"Comparativamente aos outros países da sub-região, o nosso Estado está realmente de joelhos", sublinhou Aristides Gomes.
O responsável disse ainda ser com agrado que constata a preocupação da sociedade guineense com a forma como o erário público é gerido, mas salientou que já mostrou responsabilidade nesse campo, ao dirigir a administração estatal até aqui [no mandato no anterior Governo] sem ajuda externa.
Conosaba/Lusa
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