O governador da região de Gabú, Abudo Sambú, revelou em entrevista ao jornal O Democrata que a criminalidade subiu nos últimos tempos naquela região leste do país e defende que o Estado deve criar condições e emprego para a juventude, como forma de impedir que o flagelo aumente drasticamente ou que ganhe proporções alarmantes. Abudo Sambú fez esta observação à margem da participação de seis governadores locais da Guiné-Bissau das regiões de Gabú, Bafafá, Oio, Cacheu, Bolama e Bissau na trigésima quinta (35ª) Assembleia-Geral da organização das Cidades Capitais Lusófonas (UCCLA) que teve lugar no passado dia 27 de maio de 2019, em Portugal, na Câmara Municipal de Lisboa.
O fenómeno da criminalidade que diminuiu em 2018 voltou a subir, segundo Abudo Sambú, nos últimos tempos (de janeiro a junho de 2019) de forma gritante com registo de perda de vidas humanas. As causas, de acordo com o governador, estão “fortemente” relacionadas com conflitos de posse de terra, sobretudo conflitos ligados à posse de pomares de cajú, problemas entre agricultores e criadores de gado, problemas esses derivados da não definição das zonas de pastagem.
“PARA TERMOS MÃO DE OBRA QUALIFICADA É IMPERATIVO TERMOS FORMAÇÃO PROFISSIONAL”
Em relação à trigésima quinta (35ª) Assembleia-Geral da organização das Cidades capitais lusófonas, informou que todos os anos mais de cem delegações dos países lusófonos da CPLP, incluindo Timor, Macau e Brasil, são convidadas para tomarem parte no evento que visa essencialmente proceder a um balanço anual das suas atividades e abrir facilidades através de parcerias em diferentes domínios, com destaque para as áreas sociais entre diferentes cidades Capitais de Países lusófonos membros da organização, no sentido de permitir a essas cidades “tomarem o pulso aos assuntos e conhecer de perto” as suas necessidades.
Para além da Assembleia-geral, o governador diz ter encetado encontros com os presidentes de Câmaras de algumas cidades como a de Lamego, batizada com o nome da Cidade de Gabú (Nova Lamego), porque o ex-governador de Gabú durante a era colonial era filho e natural da Cidade de Lamego, em Portugal.
Depois de Lamego foi a vez da Câmara Municipal da Moura, situada a 200 quilómetros de Lisboa, encontro em que todos os membros da delegação receberam o símbolo mais alto da Cidade (Medalha de Moura) e Gabú saiu com a possibilidade de parceria com a escola Profissional de Moura.
“Para termos mão-de-obra qualificada é imperativo ter formação profissional. Gabú já tem abertura para poder mandar nos próximos tempos, técnicos Administrativos da cidade para Portugal/Moura para serem capacitados em troca de correspondências e mecanismos de organização das cidades”, afirmou.
A delegação da região de Gabú, composta apenas pelo Governador e pelo Administrador do Setor de Gabú, manteve ainda encontro com a Associação dos filhos e Amigos da Região de Bafatá, associação apoiada pela ONG portuguesa “João XXIII”.
Com a ONG “João XXIII”, a missão de Gabú assinou um acordo de parceria, já em vigor, nas áreas de Educação e Saúde. A ONG “João XXIII” atua no apoio às infraestruturas educativas, no tratamento especializado de crianças doentes e intervém na evacuação de doentes para o exterior, se necessário. O acordo pode funcionar diretamente com a representação da ONG, a partir do Hospital Nacional Simão Mendes, em Bissau.
Na entrevista que concedeu ao seminário guineense, o governador da região de Gabú garantiu que no quadro do acordo assinado com Cidade a ONG Portuguesa “João XXIII” chega à cidade Gabú, no próximo mês de Agosto deste ano, um contentor de 40 pés, carregado de diversos materiais e equipamentos, oferta de “João XXIII” ao Hospital regional de Gabú.
“Pelo menos são indicadores da visita que considero altamente positiva em resposta ao convite da UCCLA para participar nesta sua 35ª Assembleia-geral”, realçou.
O Democrata
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