O Instituto Nacional de
Estatística da Guiné-Bissau tem as funções de revelar, classificar, codificar, compilar
e difundir, com caráter oficial, a informação estatística do país.
O Decreto-Lei nº2/91, de 25 de março, é o
instrumento legal que regula o funcionamento atual do INEC.
Os dados estatísticos têm
uma importância capital para qualquer economia do mundo e a Guiné-Bissau não
foge à regra.
Apesar da crónica falta
de meios financeiros e materiais com que se depara, permanentemente, o instituto,
acrescida da falta de um enquadramento legal apropriado para o exercício das atividades
estatísticas, é notório que a gestão das atividades relativas à produção
estatística do INEC tem sido bastante centralizada ao nível dos sucessivos Diretores,
sobretudo pela falta de um esquema eficaz, coerente e transparente de
circulação da informação técnica e funcional, do topo para a base e vice-versa.
De facto, não se podem ter
dados económicos fiáveis sem estatísticas fiáveis.
Na Guiné-Bissau,
investimos muito pouco em estatística razão pela qual divergimos sistematicamente
nos números sempre que as instituições de Bretton Woods (Fundo Monetário
Internacional e Banco Mundial) fazem uma avaliação do nosso desempenho
macroeconómico.
O desempenho do sistema
estatístico do país deveria estar no topo das prioridades dos sucessivos
governos que já passaram neste país, dando particular importância à produção de
dados fiáveis que ajudem o Executivo a gizar boas políticas económicas e
sociais.
É inegável o papel
crucial que a estatística desempenha no desenvolvimento económico e social dos
países.
Sem um investimento sério
no sector estatístico, o nosso país continuará a viver à deriva, com base
exclusivamente em meras opiniões sem qualquer confirmação empírica. Não seria
bom para a nossa sociedade, que se quer cada vez mais desenvolvida, que a
situação ficasse na mesma. E para saber se a Guiné-Bissau quer avançar, as estatísticas
oficiais são essenciais.
Tive recentemente um
encontro com o pessoal do Instituto
Nacional de Estatística (INEC). Nessa reunião, foi-me dito que o maior contributo
da estatística para a nossa economia tem sido o trabalho inferencial que o
mesmo permite estabelecer e, consequentemente, o desenvolvimento de modelos de
previsão adaptados à realidade macroeconómica do país.
Outro facto de
importância significativa para a economia, advindo da estatística, é a possibilidade
de se testarem cenários decorrentes de medidas políticas que se pretende,
eventualmente, vir a implementar antes da respetiva aprovação e entrada em
vigor.
Um bom sistema
estatístico permite, por exemplo, que os governantes tomem decisões que vão
realmente ao encontro da resolução dos problemas das populações.
Tem-se dito que só se
tomam boas decisões quando se tem informação fiável disponível.
A estatística dá-nos
informações contendo indicadores que possibilitam aos governantes saber da
situação real deste ou daquele sector da vida nacional e encontrar as melhores
terapias para os males.
Na Guiné-Bissau, os
desafios decorrentes do processo de crescimento e de desenvolvimento económico
obrigam-nos a ter um eficiente sistema estatístico, sem o qual não é possivél
definir com rigor as diferentes variáveis económicas, de nível micro, meso ou
macro.
Há, entretanto, um grande
esforço do nosso Instituto Nacional de Estatística (INEC) no sentido de
produzir informação estatística em quantidade e em qualidade, não obstante as dificuldades
reais com que esta instituição se confronta.
Recomendações:
ü Elaboração de uma Estratégia Nacional de
Desenvolvimento Estatístico, a qual vai conformar todas as actividades e
projectos para a melhoria que se espera em termos de produção e difusão estatística;
ü As informações estatísticas devem ser concisas,
específicas e eficazes, para que o
Governo possa definir melhor as suas metas, avaliar o seu desempenho, identificar
os seus pontos fortes e fracos, e actuar na melhoria contínua das Políticas
Públicas.
É com dados estatísticos
que se consegue ter uma visão mais clara da realidade que se quer estudar e a
partir dela se consegue programar o futuro. Por isso devemos apostar seriamente
na Estatística!
Mestre : Aliu Soares
Cassamá
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