No centro: Joseph Kabila
Apesar de muitas problemas de logística, o dia de eleições decorreu com relativa tranquilidade
Cerca de 40 milhões de eleitores na República Democrática do Congo (RDC), de um total de 81 milhões de habitantes, aguardam pela contagem dos votos, depois de um dia de eleições relativamente calmo, apesar de duas pessoas terem morrido e outras duas ficarem feridas.
Os resultados oficiais parciais deverão ser anunciados apenas a 6 de Janeiro.
Houve muitos atrasos nos centros de votação e muitos eleitores perderam tempo procurando o nome delas nas listas eleitorais, que nunca apareceram, como confirmou o presidente da Comissão Nacional de Eleições, Corneille Nangaa.
Além disso, muitas urnas eletrónicas não funcionaram.
Ao contrário do que costuma acontecer nos dias de eleição, a internet não foi interrompida.
Fim de uma era
Entretanto, os eleitores que conseguiram votar não escondiam seu entusiasmo.
"Sinto-me libertado", afirmou Victor Balibwa, um funcionário público de 53 anos que foi um dos primeiros a votar em Lubumbashi.
O Presidente cessante, Josefh Kabila, votou em Kinshasa, acompanhado do seu “herdeiro” designado, o seu ex-ministro do Interior, Emmanuel Ramazani Shadary e candidato presidencial.
Uma hora depois, o favorito nas pesquisas, Martin Fayulu, um dos candidatos presidenciais fez o mesmo.
"É um grande dia para mim, é um grande dia para o Congo porque é o fim da ditadura, da arbitrariedade de 18 anos do sistema Joseph Kabila", declarou Fayulu
Além das eleições presidenciais, foram realizadas as legislativas e as provinciais.
Para estas eleições, o Governo da RDC rejeitou qualquer ajuda logística das Nações Unidas, presentes durante 20 anos no país, bem como qualquer missão de observação
Entretanto, a Igreja Católica, que está em missão de observação do processo eleitoral, disse que recebeu 544 queixas de mau funcionamento das máquinas de voto.
O secretário geral da Conferência Episcopal Nacional do Congo (CENCO), o padre N'Shole, citado pela rádio Okapi afirmou ter recebido também "115 relatos de recusa ou a exclusão de observadores nas mesas de voto" e 44 denúncias de corrupção dos votos.
Na semana que passou, a Comissão Nacional Eleitoral anunciou que as eleiçõesforam adiadas para Março de 2019 nos distritos de Beni e Butembo, devido à epidemia de ébola e na cidade de Yumbi, devido a confrontos étnicos registados em meados deste mês, nos quais morreram cerca de 50 pessoas.
A oposição criticou a decisão por ser uma região considerada seu bastião..
A RDC é um dos países mais ricos do mundo em recursos naturais e está no topo da lista quando falamos dos países com maior pobreza no mundo.
Joseph Kabila chegou a renunciar para concorrer a um terceiro mandato proibido pela Constituição.
Conosaba/Voa
Sem comentários:
Enviar um comentário