sábado, 27 de janeiro de 2018

«OPINIÃO* "NOMEAÇÃO DE AUGUSTO OLIVAIS QUE MUDANÇA SE ESPERA?" DR.- EDUARDO MONTEIRO

Nada mudará  com a nomeação de Augusto olivais, como P.Ministro da Guiné Bissau uma vez que se trata, em última instância, de mais uma astúcia de  JOMAV PARA EVITAR SANÇÕES!

É mais um “Vira o disco e toca o mesmo”! Senão vejamos, com a nomeação do novo P.Ministro , o Presidente da República, irá seguramente impor condições ao novo PM, incluindo no elenco governamental, nas principais pastas (Finanças, Negócios Estrangeiros, Interior, Defesa, etc.), os seus homens de confiança, para continuar a ter um controlo inequívoco sobre o Executivo, que irá organizar as próximas eleições.

Ora, PAIGC e os Partidos políticos que o apoiam, não aceitarão estas ingerências.
Isto significa, que a crise está para durar no nosso país, uma vez que o PR irá continuar a ter uma intervenção directa nos assuntos da competência do Governo!

Segundo a imprensa senegalesa, o Presidente da Costa de Marfim, Alassane Ouattara, não gostou  de ver figurar o nome de Carlos Gomes Jr, como o provável P.ministro que irá substituir U. Sissoco, na medida em que tal decisão do Jomav, colocaria a possibilidade de Cadogo filho entrar na corrida para o poder, tendo em conta a aproximação das datas das próximas eleições Legislativas e Presidenciais. Daí o Presidente da Costa de Marfim ter manifestado o seu desagrado e preocupação junto dos seus pares da subregião e particularmente de Macky Sall, pedindo à implementação das sanções da CEDEAO e da comunidade internacional, medidas que, poderão abranger o próprio Cadogo, uma vez nomeado a esse cargo de PM, na sua qualidade de nº16 do grupo dissidente do PAIGC!
A história de 12 de Abril (Golpe de Estado)

Um regresso a história recente do 12 de Abril: O Ex-presidente L. Gbagbo, inimigo de A. Ouattara, era apoiado pelo Presidente angolano Eduardo dos Santos, e, a sua base na Guiné Bissau, no quadro da cooperação militar, incomodava a Costa de Marfim e os seus apoiantes da CEDEAO.


 Depois da crise pós-eleitoral na Costa de Marfim em 2010, a presença militar angolana na Guiné-Bissau, era visto como interferência angolana na esfera de influência da CEDEAO, liderado pelo triunvirato, Nigéria/Côte d´Ivoire/Senegal.. 

Logo após o fim de conflito na Costa de Marfim, o novo presidente da república procurou limpar as influências de angola no pais e na sub-região por via da Guiné Bissau,
O Golpe de Estado de 12 de Abril, foi organizado a partir de Costa de Marfim e Nigéria, não na Guiné Bissau, como muitos pensam e fizeram transparecer, foi sim, por arrastamento depois das duas reuniões dos Chefes de Estados Maior da Sub-região em Abidjan e Nigéria, posteriormente consumado no terreno na Guiné Bissau.

Carlos Gomes Júnior, era visto como um homem próximo de Luanda, o que para a   Costa de Marfim e os seus parceiros, representava um perigo para a sua liderança na sub-região, materializada através da cooperação militar entre Luanda-Bissau.

Não foi por acaso que depois de consumado o Golpe de Estado de 12 Abril, a pedido do mesmo Ouattara, o PM Carlos Gomes Jr. e o Presidente interino, Raimundo Pereira foram poupados pelos revoltosos e o Presidente marfinense, ofereceu-se prontamente  para os acolher em Abidjan, onde permaneceram algum tempo, antes de serem conduzidos para o degredo em Portugal, onde Cadogo permaneceu até ao dia 18 corrente.

Ora, quando Ouattara apercebe-se que Carlos Gomes Jr., faz parte de um plano maquiavélico do JOMAV,visando colocar o ex-vencedor da 1ª volta das eleições presidenciais de 18 de Março de 2012, como  Primeiro-Ministro, não gostou  e manifestou as suas preocupações aos seus pares da CEDEAO, particularmente a Macky Sall, um dos suportes seguro de JOMAV na Organização regional..

A cedência a última hora de JOMAV, tem três aspetos a reter:
1º Percebeu que nomeando Cadogo, Primeiro- Ministro, corre o risco de ver aplicadas as sanções pela  CEDEAO.
2º Apercebeu –se que a nomeação de um PM fora do quadro do Acordo de Conacri, que segundo parece lhe foi sugerido por Botché, só atiçaria ainda mais a presente crise  e que tal decisão poderá resultar num descambar de todo este imbróglio político,  e o poder  pode cair na rua, ou assistirmos a mais um “Golpe de Estado”, uma vez que alguns militares estão neste momento detidos sob suspeita de tentativa de subversão.

3º Dificilmente e não é pacifico como pensaram os autores desta  proposta Botché Candé e Braima Camara, que, com esta nomeação, o Cadogo Jr,  chegaria e tomaria a liderança do Partido PAIGC que se prepara a realizar o seu Congresso no final deste mês de Janeiro.
Ora a nomeação de Augusto Olivais, tem muitos espinhos/condicionantes e está armadilhado!

a) O facto de nomear Augusto Olivais, não significa cumprir o acordo de Conacry.
b) Vai impor condições e nomes para muitas pastas Ministeriais, tal vai fazer recrudescer e prolongar a crise.~

c) Apercebeu-se que caso Carlos Gomes, negociasse com a atual direção do PAIGC, o apoio da sua candidatura a Presidência da República, ficaria (frito), ou seja comprometido, sem qualquer possibilidade de garantir a sua reeleição para o 2º mandato.
d) Também, na eventualidade de Carlos Gomes Jr assumisse a liderança do PAIGC, as atrocidades feitas pelo  JOMAV, também teriam dias contados.

Assim, estariamos perante alguém, sábio, exímio negociador e político  inteligente , sabendo distanciar-se desta estratégia maquiavélica de JOMAV.

Também, se isto acontecer JOMAV , o Sr. todo poderoso do Ministério Público, avançaria  para a última fase do projeto a que chamei :    CILADA  E ARMADILHA,  a prisão pelo  o Ministério público  por forma a impedir a sua candidatura e avançar com a prisão preventiva de Cadogo e  até ao julgamento, o que se pode arrastar para um período, depois das eleições presidenciais.
Pois  JOMAV, sabe que isto é possível, uma vez que, falhou a primeira diligência rogatória em Portugal, MP invocando o perigo de fuga porque CADOGO, tem a residência fixa no estrangeiro, uma vez que, tem casa em Portugal e Cabo Verde, alegando risco de fuga  do suspeito ou indiciado .

POR ISSO, FICOU MUITO MAL NA FOTOGRAFIA,PELO FACTO DE CARLOS GOMES JUNIOR, ALIAR-SE AOS 15, SENDO ELES NA SUA MAIORIA OS PRINCIPAIS CONSPIRADORES DE 12 DE ABRIL, CONTRA ELE NO PASSADO RECENTE.
Ficamos  revoltado, em ver que os 15 depositaram nele toda a esperança de poder baralhar as cartas  no seio do  PAIGC, trazer de novo aprofundamento da crise política no país, que já dura há quase 4 anos, sem contar com 2 anos de transição.

O que poderá acontecer nos próximos dias ou nas próximas 2 semanas, é crucial para o  povo da Guiné Bissau.

Homens, mulheres e crianças, estão exaustos destas palhaçadas, delapidação do tesouro público,cooperação esquisitas ,lavagem de dinheiro e branqueamento de capital a luz de todo o mundo.

Hoje, nas conversas de café em Portugal ouve-se comentar sobre as deslocações constantes e quase que clandestinas de JOMAV a Portugal de forma  mais surdino possível .
SERIFO NHAMADJO, EX PRESIDENTE DE TRANSICÃO, deixou bem impressionado os militantes, dirigentes e a sociedade em geral, foi de exemplo pedagógico, a sua serenidade e humildade em cumprir os preceitos estatutários e vai ao Congresso como delegado eleito pelo seu círculo eleitoral (Mansabá). 

Ninguém pode pretender e sobretudo nos dias que correm ser dono do PAIGC ou da verdade, apenas porque foi Presidente do mesmo durante 12 anos.


O MUNDO MUDOU, TAMBÉM A ELEVAÇÃO DOS GUINEENSES A ACOMPANHAR  ESTA MUDANÇA, DEBATE-SE TUDO  CONCERNENTE AO FUTURO DO PAÍS.

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