Nazaré Vieira, uma das viúvas do defunto Presidente "Nino" Vieira, insurge-se contra o arquivamento do processo anunciado a 27 de Janeiro pelo Procurador-Geral da República Bacar Biai e exige um julgamento ao assassínio do seu ex-marido. Vieira, a residir em França, critica o apoio prestado ao anunciado regresso do ex primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior anunciado para 18 de Janeiro.
João Bernardo Vieira (ou "Nino" Vieira, como era vulgarmente conhecido) foi assassinado na sua casa em Bissau a 2 de Março de 2009 num caso com contornos ainda por esclarecer.
Até hoje não foi tornada pública nenhuma acusação no caso.
A investigação estaria a registar poucos avanços com a justiça guineense a ter verosimilmente dificuldades a recolher testemunhos de algumas personalidades presentes no local, caso de Isabel Vieira, outra esposa de "Nino" Vieira que estaria no domicílio do marido em Bissau, ela que se encontraria actualmente a residir no estrangeiro.
Neste contexto o Procurador-Geral da República anunciou a 27 de Dezembro o arquivamento das investigações desse assassínio, mas também do general Tagmé Na Wai, chefe de Estado-maior general das forças armadas, assassinado escassas horas antes.
E isto na sequência da decisão do Tribunal constitucional ter determinado o prazo de seis meses como o tempo cabal para investigar um caso, findo o qual sem novos elementos este seria arquivado, uma decisão cuja aplicação o próprio procurador, Bacar Biai, contesta.
Na altura destes assassínios o primeiro-ministro era Carlos Gomes Júnior que acabou por ser derrubado por um golpe de Estado em 2012.
Um colectivo para apoior o regresso de individualidades refugiadas no estrangeiro a regressar à Guiné-Bissau noticiou esta semana o regresso de Carlos Gomes Júnior no próximo dia 18, informação saudada pelo atual presidente do PAIGC, Partido africano para a independência da Guiné e Cabo Verde, Domingos Simões Pereira.
Nazaré Vieira, uma das viúvas de "Nino" Vieira, refugiada em França desde a guerra de 1998, alega não ter recebido nenhum apoio ao seu desejado regresso à terra natal.
Ela exige a prossecução das investigações à morte do seu ex esposo e diz-se indignada com o respectivo arquivamento e questiona o porquê dos apoios prestados, em contrapartida, ao retorno de Carlos Gomes Júnior, refugiado em Portugal, à Guiné-Bissau.
Conforme os familiares, a casa onde o Nino e família residiam foi vandalizada em Bissau em 2009 e o general executado a queima-roupa.
Conosaba/Notabanca
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