Bissau - O jornalista Califa Cassamá foi nomeado quinta-feira pelo primeiro-ministro da Guiné-Bissau novo secretário executivo da luta contra SIDA e afirmou à agência Lusa que o seu objectivo é "levar os guineenses a mudarem de comportamento" perante a doença.
Antigo correspondente do canal África da RDP, Califa Cassamá diz que vai concentrar a sua actuação em campanhas junto dos jovens para promover "uma verdadeira mudança de comportamento" em relação ao VIH/SIDA na Guiné-Bissau.
"Queremos fazer da Guiné-Bissau um país com menos número de pessoas infectadas", indicou Cassamá, que vai fazer uma "aposta forte" no trabalho de sensibilização aos jovens e também na distribuição gratuita dos anti-retrovirais juntos dos doentes.
Dados mais recentes indicam que a taxa de prevalência do vírus da SIDA na Guiné-Bissau atinge 5,3% na faixa etária da população entre 15 aos 49 anos.
Mais de 30 mil guineenses necessitam de tratamento com anti-retrovirais, quando, segundo dados disponíveis, apenas nove mil recebem os medicamentos, que são comprados através de verbas do Fundo Global e de países como Portugal e Brasil.
Além de dificuldades na mobilização de fundos para pagar campanhas de luta contra SIDA, a Guiné-Bissau também enfrenta problemas ligados ao estigma que a população coloca perante os doentes.
O novo secretário executivo do comité nacional de luta contra SIDA promete igualmente dar "mais visibilidade" aos trabalhos da instituição para que a população "possa ter a doença como uma coisa real", enfatizou Califa Cassamá.
Dados disponíveis no país indicam que as mulheres guineenses são as mais afectadas pelo VIH e as zonas no Leste - regiões de Bafatá e Gabú -, que fazem fronteira com a Guiné-Conakry e o Senegal, fazem parte das mais atingidas pela doença.
As regiões de Oio e Biombo (centro/norte do país) e Bolama/Bijagós (ilhas) são as zonas da Guiné-Bissau com menor prevalência da epidemia.
Conosaba com angop
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