terça-feira, 24 de janeiro de 2017

PRESIDENTE DO PARLAMENTO DA GUINÉ-BISSAU APRESENTA QUEIXA POR ASSALTO AO SEU GABINETE



O presidente do Parlamento da Guiné-Bissau, Cipriano Cassamá, apresentou hoje queixa junto das autoridades por um alegado assalto ao seu gabinete, anunciou um porta-voz.

Em nota lida aos jornalistas, Inácio Tavares, assessor de imprensa da Assembleia Nacional Popular (ANP, parlamento guineense), disse que o gabinete terá sido assaltado durante o fim-de-semana e que terão sido retiradas algumas pastas de arquivo com documentos.

A Polícia Judiciaria foi chamada ao local para recolha de elementos para exames periciais, indicou ainda Tavares, que relacionou o facto com a mudança do corpo de segurança no edifício da ANP.

Segundo referiu, a alteração foi decidida pelo ministro do Interior, Botche Candé, e contestada pela direção da assembleia por ter sido feita sem a sua anuência.

"Esta violação grave, por se tratar de uma instituição de soberania da República e cujo titular é segunda figura do Estado, ocorre quando, à revelia das leis, é mandado mudar, arbitrariamente, o corpo de segurança do Palácio da Assembleia, por ordens expressas do ministro do Interior", defendeu Inácio Tavares.

Na sequência do incidente, Cipriano Cassamá deixou de trabalhar no seu gabinete por considerar que não existem condições de segurança, referindo que o edifício "está sitiado por forças estranhas ao seu serviço", indicou o porta-voz.

O gabinete de Cassamá reafirmou a urgente necessidade de a ECOMIB, contingente de forças militares da Africa Ocidental com o objetivo de estabilizar a Guiné-Bissau, mandar os seus elementos assegurar o funcionamento da ANP.

Diz ainda que está em curso "uma tentativa de minar o poder constitucional" do Parlamento e responsabiliza o Presidente guineense, José Mário Vaz e o primeiro-ministro, Umaro Sissoco Embaló, por aquilo que classifica como "manobras obscuras".

"Em consequência destas atitudes obscuras, o gabinete do presidente do Parlamento responsabiliza o Presidente da República e o primeiro-ministro por tudo o que se está a passar" no Parlamento, frisou Inácio Tavares.

Conosaba com Lusa

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