Continua a polémica entre os ambientalistas e o governo sobre a construção da central eléctrica no parque das lagoas de Cufada, em Buba, zona sul. No parque governo pretende construir um projecto de infra-estrutura rural de electrificação reabilitação e extensão que irá cobrir toda a região de Quinara e de Tombali
A Central começou a ser construída, naquela zona conservada, desde o ano de 2004 e está na fase de acabamento. Nas últimas semanas os ambientalistas vieram ao público denunciando o impacto negativo daquela obra para a vida dos populares e que colocaria em extinção as espécies migratórias captadas nos últimos anos naquela zona.
Segundo o Instituto Nacional da Biodiversidade das Áreas Protegidas (IBAP) a construção daquela zona irá desmatar uma área de 10 metros de largura e 30 quilómetros de cumprimento para serem colocados os postos de electrificação. O parque tem uma extensão de 89 mil hectares.
Segundo o governo esta polémica agravou-se porque ainda não feito um estudo do impacto ambiental e social e já investidos 20 milhões de francos cfa, embora isso admite a continuação dos trabalhos.
Para inteirar da situação o ministro de Estado da energia, Florentino Mendes Pereira, onde reuniu com as partes desavindas e a reunião foi inconclusiva porque o IBAP não abre a mão.
Durante a reunião que decorreu um pouco mais de duas horas foi discutido o mapeamento da zona e houve trocas de mimos entre as partes.
Numa entrevista exclusiva á Rádio Sol Mansi (RSM), o director do parque natural das lagoas de Cufada adianta que as obras fariam secar todos os poços de água doce e afastaria os animais que não suportam barrulhos.
Joãozinho Mané acusa ainda o governo de falta de vontade porque as obras colocariam em causa os compromissos da Guiné-Bissau com outros países.
“Não podemos aceitar central dentro do parque, porque não tem lógica. Somos signatários de várias convenções e temos que respeitar o princípio de engajamos. Somos nação dentro do contexto das nações. A construção da central deve ser feita perante o estudo do impacto ambiental. Estou com pena do povo”
Embora estas denúncias o Ministro da Energia garante a continuação dos trabalhos apesar de admite não haver estudo do impacto ambiental e social antes do arranque dos trabalhos.
“O que se pode constatar é que estamos perante um facto consumado porque a central já está a ser construída”, desdramatiza.
Segundo o titular pela pasta da energia, a desmatação “não tem impacto negativo como se esperava” e a deve ser defendida se “optaremos pela electrificação ou se continuaremos a defender o problema do parque”.
Para o alargamento da corrente eléctrica, as árvores devem ser cortadas a 10 metros de largura e 30 quilómetros de cumprimento.
Segundo os ambientalistas uma parte de o lençol freático pode sofrer danos com a construção da central, no entanto, o ministro diz que esta denúncia “não corresponde minimamente a verdade porque a distância onde a central está a ser construída e a lagoa de Cufada não tem nada a ver”.
“Ainda é tempo de corrigir alguns erros para podermos beneficiar a nossa população com infra-estruturas que é de extrema importância. Não podemos inibir as populações, no pleno seculo XXI, de falta da energia eléctrica”, defende.
Nos meios desta polémica a população surge em defesa a continuação dos trabalhos “porque a zona sul está em total isolamento”.
Na semana passada, ouvida pela RSM, a União Internacional para Conservação de Natureza (UICN) denuncia que na próxima semana o país vai receber uma reunião de doadores para debater o apoio aos projectos da Bio Guiné e a decisão de construção da central eléctrica dentro do parque pode travar os financiamentos.
Reportagem & Imagem: Elisangila Raisa Silva dos Santos/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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