sábado, 22 de novembro de 2014

PORTUGAL: NEM UMA PISTOLA EM CIMA DA FOTO DOS FILHOS INTIMIDOU O JUIZ CARLOS ALEXANDRE QUE MANDOU PRENDER O JOSÉ SÓCRATES


Com um humor negro e sarcástico, o juiz do conhecido Ticão teve a seu cargo os processos mais mediáticos, como BPN, Furacão, Monte Branco e agora os vistos gold.

Banqueiros, altas figuras do Estado português ou empresários da noite não o assustam. Eis Carlos Alexandre, 53 anos, juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal e que chama a si, e só a si, os processos de criminalidade económica e financeira. Por ele passam os casos mais quentes, como a Operação Furacão, BPN, Máfia da Noite, Face Oculta, Remédio Santo, CTT e, mais recentemente, a Operação Labirinto, a investigação à atribuição de vistos gold. Cinco dias apenas com intervalos para dormir foi o tempo que o juiz de instrução demorou para interrogar os 11 arguidos suspeitos de corrupção no processo. Pelo meio desta operação ainda conseguiu elaborar outro despacho para levar a julgamento João Rendeiro, ex-presidente do Banco Privado Português (BPP), e mais quatro arguidos. Este é, aliás, o segundo processo relacionado com o BPP em que Rendeiro será julgado, à custa da instrução do juiz.

A fama alimenta-a na sombra, nos bastidores da Justiça, mas paralelamente coloca-se no centro dos holofotes. É o magistrado que decidiu aplicar uma caução de três milhões de euros a Ricardo Salgado no decorrer da Operação Monte Branco, que prendeu preventivamente Oliveira e Costa no âmbito do caso BPN e que, mais recentemente, não teve pudor em deter preventivamente, pela primeira vez, o líder de uma polícia, Manuel Palos, ex-diretor do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

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