O cultivo ilegal da coca, uma planta que serve para o fabrico da cocaína, provocou na Colômbia a desflorestação de cerca de 250.000 hectares entre 2001 e 2012, refere um relatório hoje publicado em Bogotá por uma fundação alemã.
O fenómeno foi desencadeado após a aplicação, no início dos anos 2000, de um plano antidroga que obrigava os cultivadores a "queimar as suas terras para erradicar as culturas proibidas", explicou Alexander Rincon Ruiz, investigador da Fundação Humboldt.
"Em reação, os cultivadores deslocaram a coca para a região muito pobre do Pacífico, que anteriormente nunca tinha sido produtiva", precisou durante a apresentação do relatório sobre a biodiversidade realizado por este instituto, que promove a cooperação científica internacional.
Em apenas um ano, foram desbastados cerca de 15.000 hectares de florestas, mais de 60% do parque florestal da região Pacífico, indicou a Fundação Humboldt, que possui uma rede de cerca de 23.000 investigadores em 130 países.
"As consequências ambientais são sérias: a biodiversidade local está debilitada. As consequências sociais são graves: violência, e sobretudo deslocações forçadas", acrescentou Rincon Ruiz.
Segundo o Sistema de informação ambiental da Colômbia (Siac), mais de 50% dos 147 milhões de hectares de florestas do país foram destruídos, uma área superior à superfície das Honduras ou de El Salvador.
A Colômbia incluiu-se entre os primeiros produtores mundiais de cocaína, com cerca de 290 toneladas disponibilizadas em 2013, segundo as Nações Unidas. O narcotráfico tornou-se num dos fatores do conflito armado interno que assola há meio século este país da América Latina.
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