"Tratando-se de uma força estrangeira no território nacional, é de facto preocupante e não podemos permitir que isso continue", referiu Samuel Fernandes, tenente-coronel da Guarda Nacional e porta-voz do ministério.
Samuel Fernandes adiantou que o Presidente guineense já foi ontem informado do sucedido pelo ministro da Administração Interna, Botche Candé, e que vai ser criada uma comissão de alto nível para lidar com o assunto.
Os rebeldes foram encontrados por uma comitiva governamental liderada por Botche Candé que durante o fim-de-semana esteve em visita oficial a uma região no norte da Guiné-Bissau, perto de Farim, junto à fronteira com o Senegal.
Na altura, o governante foi informado que haveria "movimentações estranhas" na zona, situação que a comitiva de que fazia parte resolveu averiguar, explicou Samuel Fernandes, que também integrava a equipa.
"Constatou-se que estavam elementos das forças do Movimento das Forças Democráticas de Casamança (MFDC) dentro do território nacional. Isto é muito grave", considerou o porta-voz do MAI, adiantando que se tratava de "um grupo armado com metralhadoras e lança-granadas".
Apesar de não ter havido nenhuma ameaça à segurança da comitiva, "é uma situação delicada que pode comprometer a segurança nacional", disse Samuel Fernandes.
"Conversámos com eles" e "confessaram que estavam em território nacional. Têm a base do outro lado [da fronteira, em Casamança], mas estão numa zona de matas cerradas" e onde foram enterradas minas antipessoais, condições que fazem com que os agentes de segurança guineenses não avancem, dando-lhes espaço, segundo referiram.
Da comitiva que se deparou com os rebeldes faziam ainda parte o secretário de estado da Ordem Pública, o governador da região de Oio, o comissário nacional da Polícia de Ordem Pública e o comandante para o país da Guarda Nacional.
As ações do Movimento das Forças Democráticas de Casamança são cada vez mais raras, mas, oficialmente, os rebeldes ainda não depuseram as armas e estão divididos em diversas alas políticas e militares.
O movimento luta desde 1982 pela secessão de uma província que já fez parte de Portugal, integrada no território da então Guiné Portuguesa, e que é agora parte do sul do Senegal.
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