Portugal lidera lista de 15 países cujos cidadãos falsificam licenças para trabalhar em Angola. Governo prepara revitalização do SME e ainda maior restrição das entradas.
O ministro do Interior de Angola defende um "maior rigor" na concessão de vistos de trabalho, restringindo-os exclusivamente às especialidades em que mão-de-obra estrangeira seja justificada.
A chamada de atenção foi feita por Ângelo Veiga Tavares quando discursava na abertura do Concelho Consultivo Alargado do Ministério do Interior, que termina na terça-feira. Segundo o governante angolano, a restrição na concessão dos vistos de trabalho visa diminuir o desemprego dos cidadãos nacionais.
Na sessão, Ângelo Veiga Tavares referiu que estão a ser dados passos para a revitalização do SME. Acrescentou que o ministério continua preocupado com informações e constatações sobre "comportamentos indecorosos por parte de alguns membros dos órgãos executivos centrais", com destaque para o SME e os agentes da polícia de trânsito. "Devemos continuar a ser rígidos, depurar os elementos nocivos do seio da corporação e aprimorar os mecanismos de participação dos órgãos de inspeção, por um lado, e da população, por outro, na deteção e denúncia de todas as práticas e comportamentos não conformes com os princípios, normas, ética e deontologia profissional", disse o ministro.
No final de Agosto, o SME confirmou que mais de 200 passaportes com vistos de trabalho alegadamente falsos estavam apreendidos para investigação, por suspeita de emissão fraudulenta, com Portugal a liderar uma lista de 15 nacionalidades. Semanalmente, o Serviço de Migração e Estrangeiros angolano tem vindo a identificar vários portugueses que chegam ao aeroporto de Luanda com vistos alegadamente falsos, sendo-lhes recusada a entrada no país.
Algumas empresas, que contratam estes trabalhadores, chegam a pagar a redes clandestinas, dentro e fora de Angola, entre 5000 e 12000 dólares (entre 3700 e 9100 euros) por cada visto falso. Oficialmente, o processo para obtenção de um visto de trabalho em Angola, a partir dos consulados do país, ronda os 400 dólares (300 euros).
Na sua intervenção, Ângelo Veiga Tavares destacou ainda que o fenómeno da imigração ilegal continua igualmente a constituir um problema, que "urge resolver", através de "soluções mais incisivas e pragmáticas".
rdp
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