quinta-feira, 15 de maio de 2014

'JOMAV' QUER FAZER VALER A LEI NA GUINE-BISSAU


José Mário Vaz (PAIGC) disputa a segunda volta da eleição presidencial com Nuno Nabiam, domingo (18.05.14), na Guiné-Bissau. Promete acabar com a instabilidade e a corrupção, além de promover a justiça.

Rigor é a palavra de ordem que caracteriza José Mário Vaz, candidato do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que disputa a segunda volta da eleição presidencial deste domingo (18.05.14), na Guiné-Bissau, contra Nuno Gomes Nabiam.

O candidato de 57 anos de idade se diz um batahador e um defensor acérrimo do trabalho.

"Eu fui presidente da Câmara. Fui ministro das Finanças," recorda. "Alguns acham que fui demasiado duro na aplicação das leis. Mas eu não tinha outra ferramenta a não ser fazer valer a lei," avalia. "Se for eleito Presidente da República, as pessoas já me conhecem," conclui.

"Um país de oportunidade"
José Mário Vaz, também conhecido como Jomav, ex-ministro das Finanças do Governo deposto pelo golpe militar de Abril de 2012, obteve na primeira volta do escrutínio presidencial 40,98% dos votos – ou seja, menos da metade dos votos necessários para que fosse diretamente eleito.

Caso vença agora, Jomav promete acabar com a instabilidade e a corrupção, além de promover uma verdadeira justiça no país.

"Estamos muito preocupados com a situação do nosso país. A imagem do nosso país, nos útlimos anos, não tem sido boa imagem, sobretudo perante a comunidade internacional," considera.
O candidato do PAIGC diz que quer virar a página. "Queremos fazer da Guiné-Bissau, nos próximos tempos, um país de futuro, um país onde toda a gente vai gostar de viver, um país de oportunidade," promete Jomav.

Quem é Jomav
José Mário Vaz licenciou-se em economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão de Lisboa. Casado há 32 anos e pai de três filhos, Jomav nasceu em Kaléquis, no norte da Guiné-Bissau.

Os seus detratores acusam-no de possuir vários imóveis, tanto no país como no estrangeiro. O candidato confirma a informação, mas näao revela o tamanho de seu patrimônio.

"Não sou rico, mas também não faço parte dos pobres da Guiné. É difícil dizer quantas casas tenho," afirma.

"Tenho muitas casas na Guiné-Bissau, tenho casas na minha terra natal. Portugal, Senegal e Guiné-Bissau são os sítios onde tenho, digamos assim, o meu patrimônio concentrado," revela Jomav.

Jomav é conhecido também como o "homem do 25," lema criado por ele próprio quando era ministro das Finanças ao pagar os salários todos os meses, no dia 25 - algo que é apontado por muitos como um "trunfo eleitoral", num país onde os vencimentos em atraso fazem parte do quotidiano.
Antes de integrar o governo deposto pelo golpe militar de 12 de Abril de 2012, José Mário Vaz já era um empresário conhecido no ramo da construção civil, líder da Câmara de Comércio e tinha sido também presidente da Câmara de Bissau.

Pertencente à etnia Manjaca, José Mário Vaz é acusado pelos militantes do PAIGC de pessoalmente não investir na campanha eleitoral, colocando as estruturas do partido em grandes dificuldade financeiras durante todo o processo.

Para sua campanha, foram feitos poucos cartazes, dísticos e comícios, apesar de ter ao seu serviço uma boa parte da máquina eleitoral do PAIGC.
Outrora um partido-Estado, o PAIGC goza, por conseguinte, do privilégio de ser a formação política guineense com maior implantação nacional e cujas cores e símbolos se confundem, por razoes históricas e de conformismo do debate político na Guiné-Bissau, com as do próprio Estado guineense.

DW.DE

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